DEFESA CIVIL:
Conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e restabelecer a normalidade social.
· Finalidade e Objetivos. Finalidade: o direito natural à vida e à incolumidade foi formalmente reconhecido pela Constituição da República Federativa do Brasil. Compete à Defesa Civil a garantia desse direito, em circunstâncias de desastre.
· Objetivo Geral: reduzir os desastres, através da diminuição de sua ocorrência e da sua intensidade. As ações de redução de desastres abrangem os seguintes aspectos globais:
1 — Prevenção de Desastres;
2 — Preparação para Emergências e Desastres;
3 — Resposta aos Desastres;
4 — Reconstrução.
· Objetivos Específicos:
1 — promover a defesa permanente contra desastres naturais ou provocados pelo homem;
2 — prevenir ou minimizar danos, socorrer e assistir populações atingidas, reabilitar e recuperar áreas deterioradas por desastres;
3 — atuar na iminência ou em situações de desastres;
4 — promover a articulação e a coordenação do Sistema Nacional de Defesa Civil — SINDEC, em todo o território nacional.
ABRIGADO:
Situação de uma pessoa afetada por dano ou ameaça de dano em sua habitação e que após realizada a triagem sócioeconômica e definida a necessidade, é encaminhada a um abrigo.
ABRIGO:
Local ou instalação que proporciona hospedagem a pessoas necessitadas. Em linguagem militar, local que proporciona proteção contra o fogo (tiros e bombas) e contra as vistas (observação) do inimigo.
ABRIGO TEMPORÁRIO
Abrigo organizado numa instalação fixa e adaptada para esta finalidade, por um período determinado.
AÇÃO COMUNITÁRIA:
Conjunto de procedimentos sistematizados, efetuados por agentes sociais (população) de determinada localidade, com o apoio de agentes externos ou técnicos (técnicos, docentes, estudantes), na busca do bem comum.
ACIDENTE:
Evento definido ou seqüência de eventos fortuitos e não planejados, que dão origem a uma conseqüência específica e indesejada, em termos de danos humanos, materiais ou ambientais.
AFETADO:
Qualquer pessoa que tenha sido atingida ou prejudicada por desastre (deslocado, desabrigado, ferido etc.).
AGUACEIRO:
Precipitação intensa de chuva, geralmente durante um período curto. Também chamado temporal, que se caracteriza pelo inesperado de seu início e fim e, principalmente, por grandes e rápidas variações de intensidade.
ALAGAMENTO:
Água acumulada no leito das ruas e no perímetro urbano por fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem deficientes.
ALARME:
Sinal, dispositivo ou sistema que tem por finalidade avisar sobre um perigo ou risco iminente. Nessas circunstâncias, o dispositivo operacional passa da situação de prontidão “em condições de emprego imediato” (ECDEI) para a de início ordenado das operações de socorro.
AMEAÇA:
1. Risco imediato de desastre. Prenúncio ou indício de um evento desastroso. Evento adverso provocador de desastre, quando ainda potencial.
2. Estimativa da ocorrência e magnitude de um evento adverso, expressa em termos de probabilidade estatística de concretização do evento (ou acidente) e da provável magnitude de sua manifestação.
ANÁLISE DE RISCOS:
Identificação e avaliação tanto dos tipos de ameaça como dos elementos em risco, dentro de um determinado sistema ou região geográfica definida.
ANÁLISE DE SITUAÇÃO:
Análise feita por um comandante de socorro, frente a situações de emergência, de forma que o habilite a determinar as ações a serem postas em prática, a fim de cumprir sua missão.
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS:
Método de estudos de riscos executado durante a fase de concepção ou de desenvolvimento de um sistema, com a finalidade de prever riscos que poderão ocorrer na sua fase operacional. Também define o estudo preliminar de riscos potenciais em uma determinada região geográfica.
APOIO COMUNITÁRIO:
Participação indispensável, ativa, consciente e organizada dos indivíduos e dos grupos que constituem uma comunidade.
ÁREA CRÍTICA:
Área onde estão ocorrendo eventos desastrosos ou onde há certeza ou grande probabilidade de sua reincidência. Essas áreas devem ser isoladas em razão das ameaças que representam à vida ou à saúde das pessoas.
ÁREA DE RISCO:
Área onde existe a possibilidade de ocorrência de eventos adversos.
ÁREA DE SEGURANÇA:
Área próxima ao foco do desastre, além da área de exposição, e onde não há probabilidade de ocorrência de novos danos às pessoas ou a seus bens. Área para onde os afetados pelo desastre são evacuados em primeira instância. Deve ser demarcada em local que não interfira nas operações de combate direto ao sinistro.
ÁRVORE DE EVENTOS:
Técnica dedutiva de análise de riscos usada para avaliar as possíveis conseqüências de um desastre em potencial, resultante de falha específica de equipamento ou de erro humano, definido como “evento inicial”. Os resultados da análise da árvore de eventos caracterizam seqüências de acidentes, ou melhor, o conjunto cronológico de falhas ou erros que definem o acidente. Tem por objetivo antecipar e descrever, a partir do evento inicial, as conseqüências lógicas do possível acidente, de uma forma seqüenciada.
ÁRVORE DE FALHAS:
Técnica dedutiva de análise de riscos, na qual, a partir da focalização de um determinado acidente, se constrói um diagrama lógico, que especifica as várias combinações de eventos, de falhas de equipamento ou de erros humanos, que podem motivar o acidente em estudo.
ASSOREAMENTO:
Processo de acumulação de sedimentos e/ou detritos transportados por via hídrica, em locais onde a deposição do material é mais rápida do que a capacidade de remoção natural pelos agentes de seu transporte. É um fator importante na origem das enchentes e inundações, pois o assoreamento diminui a capacidade de escoamento das águas dos rios.
ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA:
Conjunto de ações destinadas à recuperação de pacientes, cujos danos à saúde necessitam de assistência imediata, por apresentarem risco de vida.
ATENDIMENTO DE URGÊNCIA:
Conjunto de ações destinadas à recuperação de pacientes, cujos danos à saúde necessitam de assistência imediata, mas que não se encontram em situação de risco de vida.
AVALIAÇÃO DE DANOS:
Método de exame sistemático de um equipamento, sistema, instalação, comunidade ou área geográfica, com o objetivo de definir e quantificar os danos humanos, materiais e ambientais e os prejuízos econômicos e sociais provocados por um determinado desastre.
AVALIAÇÃO DE RISCO:
Metodologia que permite identificar uma ameaça, caracterizar e estimar sua importância, com a finalidade de definir alternativas de gestão do processo. Compreende:
1. Identificação da ameaça — identificação do agente ou evento adverso, de seus efeitos desfavoráveis, corpos receptivos, população vulnerável e condições de exposição à mesma.
2. Caracterização do risco — descrição dos diferentes efeitos potenciais relacionados com a ameaça, enumeração dos danos esperados para a saúde, o patrimônio, instalações, serviços, instituições e para o meio ambiente; quantificação e definição da proporção, através de estudos epidemiológicos e de modelos matemáticos, entre a magnitude do evento e a intensidade dos danos esperados (causa/efeito); definição da área e da população em risco.
3. Avaliação da exposição — estudo da evolução do fenômeno, considerando-se a variável tempo; definição de parâmetros que permitam o acompanhamento do fenômeno; definição das variações e médias de longo período (MLP), relacionadas com o evento, e dos níveis de alerta e alarme. Quando for o caso, quantificar o nível diário de exposição de um grupo populacional ao risco.
4. Estimativa de risco — conclusão (após comparação da caracterização do risco e da definição da relação entre a causa e o efeito com os dados obtidos da avaliação da exposição), sobre a importância do risco a que uma área ou um grupo populacional específico está submetido.
5. Definição de alternativas de gestão — processo que consiste em desenvolver e analisar alternativas, com o objetivo de controlar e minimizar os riscos e as vulnerabilidades relacionadas com o ambiente e com o grupo populacional em estudo.
BIOSFERA:
Meio ambiente global, compreendendo os ecossistemas do planeta, incluindo a hidrosfera, o solo, a atmosfera e parte inferior da ionosfera e, por extensão, a totalidade da matéria viva do globo.
BRIFIM:
Brasileirismo da palavra “briefing”, que significa as últimas informações e instruções necessárias ao cumprimento de missão ou de operação. Chama-se também Apronto. Na força aérea, as equipagens recebem um brifim imediatamente antes da decolagem.
CADEIA DE COMANDO:
Conduto por meio do qual as ordens e comunicação do escalão superior vão aos escalões subordinados. As ordens circulam em sentido descendente, e a informação dos resultados atingidos, que permite o controle, em sentido ascendente.
CALAMIDADE:
Desgraça pública, flagelo, catástrofe, grande desgraça ou infortúnio.
CAMPANHA:
Conjunto de operações ajustadas a um determinado objetivo, planejadas e executadas por uma determinada instituição, em proveito de uma comunidade definida.
CARACTERIZAÇÃO DO RISCO:
1. Etapa final da avaliação de risco, ou seja, descrição da natureza, incluindo normalmente a sua intensidade para os seres humanos e o grau de incerteza concomitante (probabilidade de ocorrência).
2. Descrição dos diferentes efeitos potenciais (danos possíveis) e a quantificação da relação entre a magnitude (grandeza) do evento e a intensidade do dano esperado, mediante metodologia científica. Em se tratando de risco tóxico, a relação entre a dose e o efeito esperado em termos de agravos à saúde.
CARGA INCÊNDIO:
Todo material combustível existente numa edificação, tanto o da estrutura construtiva como o da ocupacional; material que representa um potencial suscetível de incendiar-se em caso de sinistro.
CATÁSTROFE:
Grande desgraça, acontecimento funesto e lastimoso. Desastre de grandes proporções, envolvendo alto número de vítimas e/ou danos severos.
CATEGORIA DE RISCO:
Estabelecimento de uma hierarquização da potencialidade de dano dos acidentes críticos em que se basearão as ações prioritárias de controle (Risk ranking).
CAUSA DE ACIDENTE OU DE DESASTRE:
1. Razão pela qual o desvio pode ocorrer. Pode ser material ou decorrente de erro humano, falha de equipamento, interrupções externas etc.
2. Origem de caráter humano, material ou natural, relacionada com o evento catastrófico e pela materialização de um risco, resultando em danos.
CENTRO DE COORDENAÇÃO:
Local onde atua o estado-maior, responsável pelas atividades de coordenação intra e intersetoriais.
CENTRO DE OPERAÇÕES OU DE COMANDO:
Local para onde convergem todas as informações e de onde são emanadas as ordens para os escalões subordinados.
CICLONE:
Área de concentração de energia cinética na atmosfera, ou seja, de ventos fortes. Essa energia vem da distribuição de massas de ar diferentes entre si em temperatura, pressão e densidade.
Tipos:
Frontais — são os que se formam ao longo das frentes;
Orográficos — formam-se sobre as áreas montanhosas; predominam a sotavento (O lado para onde vai o vento) das montanhas e cordilheiras e são sempre mais intensos no outono e inverno;
Superiores — desenvolvem-se em níveis elevados (troposfera superior) e propagam-se para os níveis inferiores até a superfície; ocorrem com mais freqüência e intensidade no outono e inverno;
Termais — são muito mais intensos e cobrem maiores áreas no verão, desaparecendo quase que por completo no inverno; ocorrem pelo aquecimento de certas regiões livres de atividades frontais;
Tropicais — ocorrem no verão, sobre as latitudes tropicais marítimas, onde as temperaturas mais baixas ficam entre 27ºC e 28ºC, em média.
Ocorrem em todos os oceanos, exceto no Atlântico Sul e Pacífico Sul a “este” de 140ºW e recebem diferentes denominações regionais, como é o caso do:
“furacão” (hurricane), para os que se formam sobre o Atlântico Norte;
“tufão” (typhoon), no Pacífico Norte;
“baguio”, nas Filipinas;
“willy-willy”, na Austrália;
“ciclone”, no Oceano Índico;
“El Cordonazo de San Francisco”, na costa oeste do México;
Extratropicais ou vendavais muito intensos — os ciclones tropicais, que no hemisfério Norte têm uma rota de formato parabólico e, quando originados em Cabo Verde, em função do efeito Coriolis, seguem uma derrota curva, inicialmente na direção noroeste e, ao atingirem latitudes médias, infletem para nordeste, acabam por se converterem em ciclones extratropicais, atingindo a Europa e a Sibéria. No hemisfério Sul, as trajetórias encurvam-se para sudoeste e depois para sudeste e, pelas mesmas causas, os ciclones tropicais podem ser continuados por cliclones extratropicais de menor intensidade.
CHECK-LIST:
Método simples e empírico, geralmente utilizado para checar uma lista ou relação de procedimentos padronizados, conferindo a presença ou ausência de um determinado recurso ou sinal correspondente a uma operação (em um painel). O mesmo que relação de checagem.
CHEIA:
1. Enchente de um rio causada por chuvas fortes ou fusão das neves.
2. Elevação temporária e móvel do nível das águas de um rio ou lago.
3. Inundação.
CID:
Classificação Internacional de Doenças.
CLASSIFICAÇÃO DE CRITICIDADE:
Estabelecimento de escala de valores para os itens que podem gerar problemas, em função da probabilidade da ocorrência e da intensidade do evento como causa potencial de danos.
CLIMA:
Conjunto de condições meteorológicas (temperatura, pressão e ventos, umidade e chuvas) características do estado médio da atmosfera, em um longo período de tempo (aconselhável 30 anos), para uma área ou local definido.
COMBURENTE:
1. Aquilo que alimenta a combustão.
2. Oxigênio.
3. Um dos componentes do tetraedro do fogo, juntamente com o combustível, o calor e a reação em cadeia.
COMBUSTÃO:
Ação de queimar ou arder. Estado de um corpo que queima, produzindo calor e luz. Oxidação forte com produção de calor e normalmente de chama (não obrigatoriamente). Reação química que resulta da combinação de um elemento combustível com o oxigênio (comburente), com intensa produção de energia calorífica e, não obrigatoriamente, de chama.
COMBUSTÃO ATIVA:
Combustão em ambiente rico em oxigênio. Produz fogo (calor e chama).
COMBUSTÃO ESPONTÂNEA:
Processo em que o combustível absorve o comburente (oxigênio do ar ou de substância doadora de oxigênio) e gera calor, que ultrapassa o ponto de ignição, e o corpo se inflama sem necessidade de ocorrência de chama ou faísca.
COMBUSTÃO INSTANTÂNEA: (V. detonação)
COMBUSTÃO LENTA:
Ocorre em ambiente pobre de oxigênio. A reação é fraca, a geração de calor é gradual e não há chama.
COMBUSTÍVEL:
Tudo que se queima e alimenta a combustão. Pode ser sólido, líquido ou gasoso.
COMUNICADO:
Despacho breve contendo informações concretas, relativas a uma ocorrência (desastre) ou operação.
CONDIÇÃO INSEGURA:
Circunstância ambiental ou relacionada com construções, projetos ou plantas industriais, que favorece a ocorrência de acidentes.
CONFIABILIDADE:
1. Capacidade de desempenho de componentes, de equipamentos ou sistemas, em função de padrões preestabelecidos.
2. Probabilidade de um equipamento ou sistema desempenhar correta e satisfatoriamente suas funções específicas, por um período de tempo determinado, sob um conjunto estabelecido de condições de operações. É uma medida de qualidade e depende da variável tempo.
CONSEQÜÊNCIA:
1. Resultado de uma seqüência de eventos acidentais, ou seja, o dano causado às pessoas ou ao meio ambiente, em decorrência de um acidente.
2. Resultado imediato de uma seqüência de eventos acidentais como o fogo, a perda econômica etc., que são os resultados finais.
CONSEQÜÊNCIA DO PIOR CASO:
Estimativa conservadora da conseqüência do acidente identificado na sua maior gravidade. Exemplo: todo o volume de material tóxico de um compartimento é liberado para a área de maior vulnerabilidade, produzindo o máximo de efeito sobre uma dada comunidade.
CONTAMINAÇÃO:
Presença de agente infeccioso na superfície do corpo, em roupas de cama, água, leite ou outros alimentos, material médico-cirúrgico e outros, o qual pode ser potencialmente causa de infecção.
CONTAMINAÇÃO RADIOATIVA:
Deposição de material radioativo em qualquer lugar onde sua presença pode ser nociva, tanto para as medições de radioatividade como ao homem e ao ambiente.
CONTENÇÃO DE ENCOSTA:
Obra de proteção das encostas ou vertentes, que tem por objetivo evitar os desmoronamentos, deslizamentos etc.
CONTROLE:
1. Domínio parcial de uma enfermidade e de seus fatores causais, com o propósito de reduzir ao máximo sua presença no meio, enquanto não se consegue sua erradicação.
2. Ação dirigida a manter algo dentro de limites prefixados e estabelecidos. Análise mediante informações adequadas de situações e atuações anteriores e presentes, para regular ações futuras.
CONVECÇÃO:
Transmissão de calor por meio de correntes circulatórias originadas da fonte; processo de propagação de calor que se verifica nos líquidos e gases, por efeito do movimento das camadas aquecidas.
COORDENAÇÃO:
1. Ordenamento no tempo, no espaço, na magnitude e nos métodos, dos esforços que resultem em ações harmônicas e unificadas e que convirjam para um objetivo definido.
2. Relação ativa entre diversas entidades autônomas, que permite alcançar eficientemente objetivos comuns.
3. Ato ou efeito de conciliar interesses e conjugar esforços para a consecução de um propósito comum.
CORPO DE BOMBEIROS:
Instituição cuja finalidade principal é a prestação de serviços na prevenção e combate a incêndios e a outros sinistros, bem como nas ações de busca e salvamento de pessoas, animais e bens materiais. Sua estruturação está assentada na hierarquia e disciplina e, por isso, no Brasil, são organizações militares.
CRUZ VERMELHA INTERNACIONAL (Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho):
Organização Internacional de Voluntários, com sede em Genebra, que se organizou a partir da Conferência Internacional de Genebra. Compõe-se das seguintes organizações:
1. Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC)
É o guardião da Convenção de Genebra e atua em conflitos, como uma organização neutra, para assegurar proteção às vítimas das guerras ou hostilidades;
2. Liga das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (LRCS)
Federação Internacional das Sociedades Nacionais — atua em desastres não resultantes de conflitos e em calamidades naturais;
3. Organizações Nacionais da Cruz Vermelha ou de Crescente Vermelho de cada um dos países e filiadas à Federação.
CULTURA:
Complexo de padrões institucionais e comportamentais e de crenças e valores espirituais e materiais, que caracterizam uma sociedade ou civilização e são transmitidos coletivamente.
DANO:
1. Medida que define a severidade ou intensidade da lesão resultante de um acidente ou evento adverso.
2. Perda humana, material ou ambiental, física ou funcional, resultante da falta de controle sobre o risco.
3. Intensidade de perda humana, material ou ambiental, induzida às pessoas, comunidade, instituições, instalações e/ou ao ecossistema, como conseqüência de um desastre. Os danos causados por desastres classificam-se em: danos humanos, materiais e ambientais.
a) Danos Humanos. Os danos humanos são dimensionados em função do número de pessoas: desalojadas; desabrigadas; deslocadas; desaparecidas; feridas gravemente; feridas levemente; enfermas; mortas.
Ao longo prazo também pode ser dimensionado o número de pessoas: incapacitadas temporariamente e incapacitadas definitivamente. Como uma mesma pessoa pode sofrer mais de um tipo de dano, o número total de pessoas afetadas é igual ou menor que a somação dos danos humanos.
b) Danos Materiais. Os danos materiais são dimensionados em função do número de edificações, instalações e outros bens danificados e destruídos e do valor estimado para a reconstrução ou recuperação dos mesmos.
É desejável discriminar a propriedade pública e a propriedade privada, bem como os danos que incidem sobre os menos favorecidos e sobre os de maior poder econômico e capacidade de recuperação.
Devem ser discriminados e especificados os danos que incidem sobre: instalações públicas de saúde, de ensino e prestadoras de outros serviços; unidades habitacionais de população de baixa renda; obras de infra-estrutura; instalações comunitárias; instalações particulares de saúde, de ensino e prestadoras de outros serviços; unidades habitacionais de classes mais favorecidas.
c) Danos Ambientais. Os danos ambientais, por serem de mais difícil reversão, contribuem de forma importante para o agravamento dos desastres e são medidos quantitativamente em função do volume de recursos financeiros necessários à reabilitação do meio ambiente.
Os danos ambientais são estimados em função do nível de: poluição e contaminação do ar, da água ou do solo; degradação, perda de solo agricultável por erosão ou desertificação; desmatamento, queimada e riscos de redução da biodiversidade representada pela flora e pela fauna.
DANOS SÉRIOS:
Danos humanos, materiais e/ou ambientais muito importantes, intensos e significativos, muitas vezes de caráter irreversível ou de recuperação muito difícil.
Em conseqüência desses danos muito intensos e graves, resultam prejuízos econômicos e sociais muito vultosos, os quais são dificilmente suportáveis e superáveis pelas comunidades afetadas.
Nessas condições, os recursos humanos, institucionais, materiais e financeiros necessários para o restabelecimento da normalidade são muito superiores às possibilidades locais, exigindo a intervenção coordenada dos três níveis do SINDEC.
DANOS SUPORTÁVEIS E/OU SUPERÁVEIS:
Danos humanos, materiais e/ou ambientais menos importantes, intensos e significativos, normalmente de caráter reversível ou de recuperação menos difícil.
Em conseqüência desses danos menos intensos e menos graves, resultam prejuízos econômicos e sociais menos vultosos e mais facilmente suportáveis e superáveis pelas comunidades afetadas.
Nessas condições, os recursos humanos, institucionais, materiais e financeiros necessários para o restabelecimento da normalidade, mesmo quando superiores às possibilidades locais, podem ser facilmente reforçados com recursos estaduais e federais já disponíveis.
DECLARAÇÃO (...DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA OU DE ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA):
Documento oficial baixado por autoridade administrativa competente, observando os critérios e procedimentos estabelecidos pelo CONDEC, para decretar, registrar e divulgar publicamente um ato legal, relativo a uma situação anormal provocada por desastre, desde que se caracterizem condições que o justifiquem.
O Decreto de declaração de situação de emergência ou de estado de calamidade pública é da competência dos prefeitos municipais e do Governador do Distrito Federal.
DEMANDA:
Perturbação ou mudança no processo, fora dos parâmetros normais de um projeto, que requer uma resposta do sistema de segurança.
DESABRIGADO:
Desalojado ou pessoa cuja habitação foi afetada por dano ou ameaça de dano e que necessita de abrigo provido pelo Sistema.
DESALOJADO:
Pessoa que foi obrigada a abandonar temporária ou definitivamente sua habitação, em função de evacuações preventivas, destruição ou avaria grave, decorrentes do desastre, e que, não necessariamente, carece de abrigo provido pelo Sistema.
DESAPARECIDO:
Pessoa que não foi localizada ou de destino desconhecido, em circunstância de desastre.
DESASTRE:
Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e conseqüentes prejuízos econômicos e sociais.
Os desastres são quantificados, em função dos danos e prejuízos, em termos de intensidade, enquanto que os eventos adversos são quantificados em termos de magnitude (grandeza).
A intensidade de um desastre depende da interação entre a magnitude do evento adverso e o grau de vulnerabilidade do sistema receptor afetado. Normalmente o fator preponderante para a intensificação de um desastre é o grau de vulnerabilidade do sistema receptor.
Os desastres classificam-se quanto à Intensidade, Evolução e Origem.
a) Classificação quanto à Intensidade.
A classificação geral dos desastres quanto à intensidade pode ser estabelecida em termos absolutos ou em termos relativos. Em administração de desastres, a classificação de acordo com critérios relativos é mais precisa, útil e racional.
A classificação, de acordo com critérios relativos, baseia-se na relação entre a necessidade de recursos, para o restabelecimento da situação de normalidade e a disponibilidade desses recursos na área afetada pelo desastre e nos diferentes escalões do SINDEC. Quanto à intensidade, os desastres são classificados em quatro níveis:
· Nível I, desastres de pequena intensidade (porte) ou acidentes; Os desastres de pequeno porte (intensidade) ou acidentes são caracterizados quando os danos causados são pouco importantes e os prejuízos pouco vultosos e, por estes motivos, são mais facilmente suportáveis e superáveis pelas comunidades afetadas. Nessas condições, a situação de normalidade é facilmente restabelecida com os recursos existentes e disponíveis na área (município) afetada e sem necessidade de grandes mobilizações. É necessário ressaltar que: a quantificação da intensidade de um desastre seja definida em termos objetivos e a partir de uma ótica coletivista; na visão subjetiva das vítimas, qualquer desastre é muito importante.
· Nível II, desastres de média intensidade (porte); Os desastres de médio porte (intensidade) são caracterizados quando os danos causados são de alguma importância e os prejuízos, embora não sejam vultosos, são significativos. Apesar disto, esses desastres são suportáveis e superáveis por comunidades bem informadas, preparadas, participativas e facilmente mobilizáveis. Nessas condições, a situação de normalidade pode ser restabelecida com os recursos existentes e disponíveis na área (município) afetada, desde que sejam racionalmente mobilizados e judiciosamente utilizados.
· Nível III, desastres de grande intensidade (porte); Os desastres de grande porte (intensidade) são caracterizados quando os danos causados são importantes e os prejuízos vultosos. Apesar disso, esses desastres são suportáveis e superáveis por comunidades bem informadas, preparadas, participativas e facilmente mobilizáveis. Nessas condições, a situação de normalidade pode ser restabelecida, desde que os recursos mobilizados na área (município) afetada sejam reforçados com o aporte de recursos estaduais e federais já disponíveis.
· Nível IV, desastres de muito grande intensidade (porte). Os desastres de muito grande porte (intensidade) são caracterizados quando os danos causados são muito importantes e os prejuízos muito vultosos e consideráveis. Nessas condições, esses desastres não são superáveis e suportáveis pelas comunidades, mesmo quando bem informadas, preparadas, participativas e facilmente mobilizáveis, a menos que recebam ajuda de fora da área afetada. Nessas condições, o restabelecimento da situação de normalidade depende da mobilização e da ação coordenada dos três níveis do Sistema Nacional de Defesa Civil — SINDEC e, em alguns casos, de ajuda internacional.
b) Classificação quanto à Evolução:
Quanto à evolução, os desastres são classificados em:
· Desastres súbitos ou de evolução aguda: Esses desastres caracterizam-se pela subtaneidade, pela velocidade com que o processo evolui e, normalmente, pela violência dos eventos adversos causadores dos mesmos. Podem ocorrer de forma inesperada e surpreendente ou ter características cíclicas e sazonais, sendo facilmente previsíveis. No Brasil, os desastres de natureza cíclica e caráter sazonal são os de maior prevalência.
· Desastres graduais ou de evolução crônica: Esses desastres, ao contrário dos súbitos, caracterizam-se por serem insidiosos e por evoluírem através de etapas de agravamento progressivo. No Brasil, o desastre mais importante é a seca, pois apresenta essa característica de agravamento progressivo.
· Desastres por somação de efeitos parciais: Esses desastres caracterizam-se pela somação de numerosos acidentes (ou ocorrências) semelhantes, cujos danos, quando somados ao término de um determinado período, definem um desastre muito importante. No Brasil, os estudos epidemiológicos demonstram que os desastres por somação de efeitos parciais são os que provocam os maiores danos anuais.
*Dentre os desastres por somação de efeitos parciais, destacam-se: os acidentes de trânsito; os acidentes de trabalho; os acidentes com crianças no ambiente domiciliar e peridomiciliar.
**Os acidentes com crianças no ambiente familiar e peridomiciliar destacam-se mundialmente por serem a segunda maior causa de morbilidade e mortalidade entre crianças com menos de 5 anos e a maior causa de morbilidade e mortalidade entre crianças com menos de 15 anos.
c) Classificação quanto à Origem:
Quanto à origem ou causa primária do agente causador, os desastres são classificados em: naturais; humanos ou antropogênicos, e mistos.
· Desastres Naturais: São aqueles provocados por fenômenos e desequilíbrios da natureza e produzidos por fatores de origem externa que atuam independentemente da ação humana.
· Desastres Humanos: São aqueles provocados por ações ou omissões humanas. Relacionam-se com o próprio homem, enquanto agente e autor. Por isso, são produzidos por fatores de origem interna. Esses desastres podem produzir situações capazes de gerar grandes danos à natureza, aos habitats humanos e ao próprio homem, enquanto espécie. Normalmente os desastres humanos são conseqüência de ações desajustadas geradoras de desequilíbrios sócioeconômicos e políticos entre os homens e de profundas e prejudiciais alterações de seu ambiente ecológico.
· Desastres Mistos: Ocorrem quando as ações ou omissões humanas contribuem para intensificar, complicar e/ou agravar desastres naturais. Caracterizam-se, também, por intercorrências de fenômenos adversos naturais que atuam sobre condições ambientais degradadas pelo homem, provocando desastres.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
1. Aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades.
2. Uso e gestão responsáveis dos recursos naturais, de modo a propiciar maior benefício para as gerações atuais, mantendo, porém, suas potencialidades para atender às necessidades e aspirações das gerações futuras, pelo maior espaço de tempo possível.
DESLIZAMENTO:
Fenômeno provocado pelo escorregamento de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou material de construção ao longo de terrenos inclinados, denominados encostas, pendentes ou escarpas.
Caracteriza-se por movimentos gravitacionais de massa que ocorrem de forma rápida, cuja superfície de ruptura é nitidamente definida por limites laterais e profundos, bem caracterizados.
Em função da existência de planos de fraqueza nos horizontes movimentados, que condicionam a formação das superfícies de ruptura, a geometria desses movimentos é definida, assumindo a forma de cunha, planar ou circular.
DESLOCADO:
Pessoa que, por motivo de desastre, perseguição política ou religiosa ou por outra causa, é obrigado a migrar da região que habita para outra que lhe seja mais propícia. O retirante da seca é um deslocado.
DESMATAMENTO:
1. Processo de supressão total ou parcial da vegetação de pequeno, médio ou grande porte, em uma determinada área.
2. O termo é reservado para o desflorestamento parcial e sem o comprometimento total da área florestada. Não devem ser desmatadas as linhas de cumeadas, as encostas íngremes e pouco consistentes e as matas ciliares protetoras dos mananciais.
DESMORONAMENTO:
Queda ou derrubamento de uma edificação. É também utilizado como sinônimo de escorregamento, para descrever movimentos de encostas — desmoronamento de rocha.
DETONAÇÃO:
Ruído súbito devido à explosão. Ocorre quando a velocidade da frente da chama atinge a velocidade do som. Normalmente, acontece em ambientes fechados, quando uma nuvem de gás em expansão é formada e passa por conduto de dimensões reduzidas. Ocorre incremento da chama e evolução de uma deflagração para uma detonação. A detonação, por ser mais breve, provoca menores efeitos térmicos, porém maiores efeitos mecânicos.
DINÂMICA SUPERFICIAL DAS ENCOSTAS:
Aquela regida por processo de transporte de massa e movimentos gravitacionais de massa.
Processo de transporte de massa — tem a água, o ar e o gelo por agentes transportadores. Em nosso clima predomina a água, destacando-se: Erosão laminar; Erosão em sulcos ou ravinas; Erosão por boçorocas.
· Erosão laminar — ocorre quando o escoamento de água lava a superfície do terreno como um todo, transportando partículas do solo sem formar canais definidos;
· Erosão em Sulcos ou Ravinas, quando o arrastamento das partículas gera sulcos ou ravinas no solo;
· Erosão por Voçorocas —- caracteriza o estágio mais avançado de erosão, quando o ravinamento atinge o lençol freático;
Movimentos gravitacionais de massa — Rastejos; Escorregamentos; Quedas ou tombamentos; Corridas de massa.
· Rastejos - movimentos lentos, contínuos ou pulsantes, normalmente associados às variações climáticas. Não apresentam superfície de ruptura bem definida. Os limites entre a massa em movimento e o terreno estável são transacionais e atingem grandes áreas, atuando nos horizontes superficiais e nos extratos mais profundos;
· Escorregamentos - caracterizam-se por movimentos rápidos e superfícies de ruptura bem definidos lateral e profundamente. O mesmo que deslizamento;
· Quedas - movimentos extremamente rápidos, provocados pela queda livre de blocos ou lascas de rochas;
· Tombamentos - movimentos em que as rochas basculam em função de descontinuidades (diáclases e fraturas) verticais, propiciando o tombamento das paredes dos taludes;
· Corridas de Massa - ocorrem quando, por índices pluviométricos excepcionais, o solo, misturado com a água, tem comportamento de líquido viscoso, de extenso raio de ação e alto poder destrutivo.
DIREÇÃO DEFENSIVA:
Técnica de direção de veículos que evita o envolvimento em acidentes, apesar das ações incorretas de outros condutores e de condições ambientais adversas, como chuva, neblina nas estradas e outras.
DISTÂNCIA DE FRENAGEM:
Distância percorrida por um veículo entre o acionamento do mecanismo de freio e sua parada total.
DISTÂNCIA DE PARADA:
1. Espaço percorrido pelo veículo entre a percepção do perigo e sua parada total.
2. Soma da distância de frenagem com a distância de reação.
DISTÂNCIA DE REAÇÃO:
Distância percorrida pelo veículo entre a percepção do perigo e o acionamento dos freios.
DONATIVO:
Contribuição espontânea encaminhada pela população às organizações de defesa civil, em caso de emergência decorrente de evento adverso. Pode ser em dinheiro ou em recursos materiais.
DOUTRINA DE MOBILIZAÇÃO:
Conjunto de preceitos sistemáticos que, com propósito normativo, conceituam a mobilização, orientam o planejamento, a organização e a execução das atividades dos órgãos da estrutura e fundamentam o respectivo sistema.
DRAGA:
Máquina flutuante para escavar materiais abaixo do nível da água.
DRAGAGEM:
Limpeza ou desobstrução com draga, do leito dos cursos d’água, dos rios ou mar.
DRENAGEM:
1. Remoção de água de um recinto ou do solo.
2. Remoção de água, superficial ou subterrânea, de uma área determinada, por bombeamento ou por gravidade.
DRENAGEM TRAQUEOBRÔNQUICA:
Esgotamento de água aspirada pela vítima de afogamento, tomando partido da ação da gravidade.
DRENO:
Conduto ou pequeno canal pelo qual a água é removida do solo ou de um aqüífero, por gravidade, a fim de controlar o nível d’água.
ECOLOGIA:
Ciência que estuda as relações entre os seres vivos e desses com o meio ambiente em que vivem.
ECOSSISTEMA:
1. Sistema aberto integrado pelos organismos vivos (inclusive o homem) e os elementos não vivos de um setor ambiental definido no tempo e no espaço, cujas propriedades globais de funcionamento e auto-regulação derivam da interação entre seus componentes, tanto os pertencentes aos sistemas naturais como aqueles modificados ou organizados pelo próprio homem.
2. Complexo constituído pelo biótopo (Local onde vive uma espécie) e pela biocenose (Agrupamento de seres ligados por uma cadeia de dependência recíproca, que se perpetuam por reprodução em local determinado).
EDIFICAÇÃO:
Construção destinada a abrigar qualquer atividade humana, materiais ou equipamentos. Pode ser residencial, industrial, mercantil, comercial, hospitalar, para fins de lazer e esporte e outros.
EL NIÑO:
Fenômeno climático com intensas repercussões meteorológicas e agrícolas de longa duração e de ocorrência global.
Tem relação com o estabelecimento de um gradiente térmico, por aquecimento de águas superficiais das porções sul dos Oceanos Índico e Pacífico.
Pode se repetir a cada 2 a 7 anos e se desenvolve numa seqüência de eventos com aproximadamente 18 meses de duração.
O fenômeno se inicia no Índico e progride até a costa oeste da América do Sul. Como conseqüência, ocorrem secas no Nordeste e incremento das precipitações nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e alterações climáticas na Amazônia, Indonésia, Austrália e Melanésia, caracterizadas por chuvas de monção, vendavais e secas.
EMERGÊNCIA:
1. Situação crítica; acontecimento perigoso ou fortuito; incidente.
2. Caso de urgência.
ENCHENTE:
Elevação do nível de água de um rio, acima de sua vazão normal. Termo normalmente utilizado como sinônimo de inundação. (V. inundação).
ENXURRADA:
Volume de água que escoa na superfície do terreno, com grande velocidade, resultante de fortes chuvas.
EPICENTRO:
1. Ponto da superfície terrestre mais próximo ao centro de um abalo sísmico; projeção na superfície terrestre do hipocentro de um sismo.
2. Ponto central de um acidente ou desastre.
3. Local onde os danos são mais intensos.
EPIDEMIA:
Aumento brusco, significativo e transitório da ocorrência de uma determinada doença em uma população. Quando a área é restrita e o número de pacientes é pequeno, denomina-se surto.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI):
Equipamento que protege o corpo contra o contato com produtos perigosos tóxicos conhecidos ou suspeitos.
De acordo com o grau de proteção, foram divididos em quatro categorias:
Nível A — emprego do encapsulado total. Deve ser usado, quando é necessário o maior nível de proteção para as vias respiratórias, a pele e os olhos.
Nível B — usado quando é necessário o maior nível de proteção respiratória, porém com um nível menor de proteção à pele.
Nível C — usado quando é necessário um menor nível de proteção para as vias respiratórias que no nível B. O critério para a proteção da pele é similar ao do nível B.
Nível D — usado apenas como uniforme de trabalho e nunca em qualquer local, com perigo para as vias respiratórias e a pele. Não oferece proteção contra produtos perigosos.
EQUIPE:
Grupo celular de pessoal especializado, com organização, equipamento necessário ao desempenho de suas atividades, com comando definido e normas de atuação.
EROSÃO:
Desagregação e remoção do solo ou de rochas, pela ação da água, vento, gelo e/ou organismos (plantas e animais).
ESCALA BEAUFORT:
Escala de força dos ventos. Baseada originalmente no estado do mar, expressa em números de 0 a 12.
0. Calmaria —- menos de 1.60 km/h. A fumaça sobe verticalmente.
1. Bafagem — 1,60 a 6 km/h. É perceptível apenas pelo desvio da fumaça. O mesmo que aragem leve.
2. Aragem — 7 a 11 km/h. Movimenta as folhas e é levemente perceptível nas faces. O mesmo que brisa leve.
3. Fraco — 12 a 19 km/h. Movimenta pequenos galhos. O mesmo que vento leve.
4. Moderado — 20 a 30 km/h. Levanta poeira e movimenta galhos maiores.
5. Fresco — 30 a 40 km/h. O vento forma onda sobre os lagos. O mesmo que vento regular
6. Muito Fresco — 40 a 51 km/h. Movimenta pequenas árvores, zune nos fios de telégrafos; o guarda-chuva é mantido com dificuldade. O mesmo que vento meio forte.
7. Forte — 52 a 62 km/h. Movimenta grandes árvores; torna-se difícil andar contra tal tipo de vento. O mesmo que ventania.
8. Muito forte — 63 a 74 km/h. Quebra galhos de árvores. O mesmo que ventania muito forte.
9. Duro — 75 a 87 km/h. Produz leves danos às construções; arranca telhas e chaminés de barro. O mesmo que ventania fortíssima.
10. Muito Duro — 88 a 102 km/h. Arranca árvores, derruba edifícios frágeis ou destelha por completo todas as casas atingidas. O mesmo que vendaval ou tempestade.
11. Tempestuoso — 103 a 119 km/h. O mesmo que vendaval muito intenso ou ciclone.
12. Furacão — Acima de 120 km/h. O mesmo que vendaval extremamente intenso, ciclone ou tufão.
ESCALA MERCALLI:
A gravidade com que um sismo (tremor de terra) atinge uma região e afeta as pessoas, objetos e o terreno. Pode ser determinada através de uma escala de intensidade e a mais comum é a de MERCALLI, que possui doze níveis crescentes.
As maiores intensidades ocasionadas por sismos brasileiros atingiram o grau VII.
I — não sentido; detectado apenas por aparelhos especiais (sismógrafos);
II — sentido por poucas pessoas, geralmente situadas em edifícios altos; objetos suspensos podem balançar suavemente;
III — sentido por pessoas dentro de casa; ruídos semelhantes à passagem de caminhão pesado; a duração pode ser estimada;
IV — sentido dentro e fora de casa; pode acordar pessoas; vibrações de louças; janelas e portas; rangido de paredes;
V — sentido por muitas pessoas; quebram-se louças; portas e janelas são abertas ou fechadas repentinamente; objetos instáveis podem cair;
VI — sentido por todos; pessoas abandonam suas casas; excitação geral; mobílias pesadas podem mover-se; danos leves como queda de reboco;
VII — assusta todos; pequenos danos em edifícios bem construídos; consideráveis danos em construções ruins; queda de telhas e platibandas;
VIII — Medo geral, próximo ao pânico; consideráveis danos em construções de qualidade regular, inclusive com colapso parcial;
IX — pânico geral; danos consideráveis em estruturas de grande porte; parte das estruturas podem deslocar-se dos alicerces; quebra de tubulações subterrâneas;
X — rachaduras no solo e ondulações em pavimentos de cimento e estradas asfaltadas; grandes deslizamentos de terra; trilhos entortados;
XI — praticamente nenhuma estrutura de alvenaria permanece erguida; pontes destruídas; grandes rachaduras no terreno; tubulações subterrâneas inutilizadas;
XII — danos totais, praticamente todos os tipos de construções são grandemente danificadas ou destruídas; objetos são atirados para cima.
ESCALA RICHTER:
Quantifica o grau de energia liberada durante um terremoto, considerando a amplitude das ondas sísmicas, a distância epicentral e a sensibilidade dos instrumentos de registro.
É uma escala logarítmica, que teoricamente não apresenta limites.
Pode conter grau negativo, para representar o evento muito pequeno, até valores próximos de nove, devido aos superterremotos.
Cada grau da escala corresponde à liberação de cerca de 30 vezes mais energia que o anterior, como, por exemplo, um tremor de magnitude 5.0, que libera cerca de 900 vezes mais energia que um de grau 3.0.
Variações de Magnitude:
· 2 a 2.9 — perceptível por instrumento; tremor sentido sobre uma área limitada; anualmente ocorrem cerca de 300.000;
· 3 a 3.9 — geralmente perceptível; anualmente ocorrem cerca de 49.000;
· 4 a 4.9 — leve; pode causar destruição do sistema de energia; ocorrem anualmente cerca de 6.200;
· 5 a 5.9 — danos leves; ocorrem anualmente cerca de 820;
· 6 a 6.9 — destrutivo; causa destruições consideráveis; ocorrem cerca de 120 ao ano;
· 7 a 7.9 — grande; causa grandes destruições; ocorrem cerca de 18 ao ano;
· 8 ou mais — mundial; destruição total; ocorrem cerca de 11 ao ano.
ESCORREGAMENTO:
1. O mesmo que deslizamento.
2. Termo genérico referente a uma ampla variedade de processos envolvendo movimentos coletivos de solo e/ou rocha, regidos pela ação da gravidade.
Os escorregamentos constituem-se num dos principais riscos geológicos do Brasil.
As áreas atingidas são passíveis de zoneamento, podendo ser monitorizadas a partir do acompanhamento de dados de precipitações pluviométricas, principal agente deflagrador do processo.
Esse fenômeno pode ocorrer: isoladamente, no tempo e no espaço, característica de escorregamento esparso; e simultaneamente com outros movimentos gravitacionais, característica de escorregamento generalizado.
ESPECIALIDADES MÉDICAS BÁSICAS:
Clínica médica, cirúrgica, pediátrica e gineco-obstétrica.
ESPUMA:
Agente extintor, cuja ação principal é a de abafamento, e a secundária, a de resfriamento.
ESTAÇÕES DO ANO:
Divisão do ano, de acordo com algum fenômeno regularmente recorrente, normalmente astronômico (equinócios e solstícios) ou climático.
Nas latitudes médias e subtropicais, quatro estações são identificadas: verão, outono, inverno e primavera, de tal forma distribuídas que, enquanto é verão no hemisfério Sul, é inverno no hemisfério Norte.
No hemisfério Sul, o verão ocorre de dezembro a fevereiro; o outono, de março a maio; o inverno, de junho a agosto, e a primavera, de setembro a dezembro.
Nas regiões tropicais, essas quatro estações não são tão bem definidas, devido à uniformidade na distribuição da temperatura do ar à superfície. Portanto, identificam-se apenas duas estações: chuvosa e seca.
Em regiões subtropicais continentais, a divisão sazonal é feita em estações quentes ou frias, chuvosas ou de estiagem ou por ambos os critérios.
ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA:
Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres, causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade e à vida de seus integrantes.
ESTIAGEM:
Período prolongado de baixa pluviosidade ou sua ausência, em que a perda de umidade do solo é superior à sua reposição.
ESTRATÉGIA DE ATAQUE A SINISTROS:
Arte de planejar e decidir sobre o emprego mais correto do trem de socorro, na ocorrência de um sinistro, em função das variáveis circunstanciais e em face dos recursos disponíveis, com o máximo de segurança para as guarnições, buscando uma ação rápida, eficiente e agressiva.
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL:
Estudo de caráter prévio, referindo-se à intenção de implantação e operação de um projeto específico, a ser desenvolvido num determinado meio.
Tem caráter interdisciplinar e deve contemplar o meio ambiente nos seus segmentos básicos (meio físico, meio biológico e meio sócioeconômico).
Deve abranger o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, a análise ou a avaliação dos prováveis impactos decorrentes dos projetos e as medidas de minimização e monitorização associadas aos impactos previstos.
Possui um papel de instrumento de planejamento e subsídio fundamental às decisões políticas sobre o projeto.
ESTUDO DE RISCO E OPERACIONALIDADE:
1. Aplicação de um exame crítico, formal e sistematizado de planos de engenharia, de plantas novas ou existentes e de procedimentos, com a finalidade de avaliar o potencial de risco, de mal funcionamento ou de operação inadequada de itens do equipamento e suas conseqüências nas plantas como um todo.
2. Procedimento que identifica os riscos em uma instalação e problemas de operacionalidade. Uma pequena equipe examina um projeto proposto, formulando perguntas sistematizadas sobre ele. Utiliza-se de “palavras-guias” e necessita de uma descrição detalhada da planta e de conhecimento minucioso do processo.
3. Técnica de estudo sistemático para identificação de riscos em processos industriais, normalmente aplicada em tubulações e em diagramas de instrumentação, tendo os dados do processo e de equipamento como suporte de informações.
*Os estudos de risco e de operacionalidade são tão ou mais importantes que os de impacto ambiental, por pouparem danos materiais e humanos.
EVACUAÇÃO:
Procedimento de deslocamento e realocação de pessoas e de bens, desde um local onde ocorreu ou haja risco de ocorrer um sinistro, até uma área segura e isenta de risco.
EVENTO:
Acontecimento. Em análise de risco, ocorrência externa ou interna ao sistema, envolvendo fenômeno da natureza, ato humano ou desempenho do equipamento, que causa distúrbio ao sistema. Estatística. Ocorrência aleatória de um acontecimento, que pode ser definido a priori, num determinado conjunto.
EVENTO ADVERSO:
Ocorrência desfavorável, prejudicial, imprópria. Acontecimento que traz prejuízo, infortúnio. Fenômeno causador de um desastre.
EVENTO BÁSICO:
1. Falha ou defeito primário devido à má utilização do equipamento. Tais falhas ou defeitos são próprios do equipamento e não podem ser atribuídos a qualquer outra causa ou condições externas.
2. Em análise de risco, falha ou defeito básico do equipamento. Não requer defeitos ou falhas adicionais para que ocorra um dano.
EVENTO CATASTRÓFICO:
Evento de difícil ocorrência; todavia, quando ocorre, gera sérias conseqüências.
EVENTO CRÍTICO:
Evento que dá início à cadeia de incidentes, resultando no desastre, a menos que o sistema de segurança interfira para evitá-lo ou minimizá-lo.
EVENTO EXTERNO:
Ocorrência externa ao sistema em estudo, como interrupção de energia, terremoto, enchente ou outro desastre natural.
EVENTO INTERMEDIÁRIO:
Evento dentro de uma cadeia de eventos acidentais, que atua propagando, evitando ou minimizando o desastre.
EVENTO PRIMÁRIO:
Evento básico, independente de ocorrência, que pode ser estimado por experiências ou testes.
EVENTO TOPO OU PRINCIPAL:
1. Acidente indesejável ou evento tomado como ponto de partida para a construção de uma árvore de falhas.
2. Evento a ser desenvolvido numa árvore de falhas. É definido como efeito indesejável resultante de uma combinação de falhas ou defeitos do sistema.
EXERCÍCIO SIMULADO (DE DESASTRE):
Atividade prática que implica simulação, a mais realista possível, de um desastre provável, para fins de capacitação ou treinamento das equipes, ou de teste e aperfeiçoamento de normas, procedimentos e planejamento. O mesmo que simulado ou simulação de desastre.
FADIGA:
Exaustão, cansaço resultante de esforço continuado. Fadiga de equipamento: limitação sofrida pelo equipamento, em conseqüência da ultrapassagem de seu prazo de vida útil.
FALHA:
1. Plano de separação que se forma entre blocos de uma camada rochosa, em conseqüência do seu deslocamento e de movimentos tectônicos.
2. Condição de um componente, equipamento ou sistema, em que a intenção do projeto não foi satisfeita (análise de riscos).
FALHA DE CAUSA COMUM:
Falhas simultâneas em dois ou mais componentes, como resultado de uma única causa.
FALHA GEOLÓGICA:
Fratura nas rochas da crosta terrestre, ao longo das quais os blocos contíguos se movimentaram. A amplitude desse movimento pode variar de milímetros até centenas de metros.
Terremotos catastróficos têm ocorrido nas zonas de domínio de grandes falhas geológicas ativas, como, por exemplo, na região da Califórnia (USA), associados à falha de San Andreas.
FLAGELADO:
Pessoa vitimada por evento adverso, que, mesmo após cessada a calamidade, não apresenta condições de retorno à normalidade sem apoio e auxílio da comunidade ou de órgãos governamentais.
FOGO:
Processo químico de transformação de materiais combustíveis e inflamáveis. Quando o combustível é sólido, inicialmente é gaseificado para se combinar ao comburente oxigênio que, ativado por uma fonte de calor, dá início a uma reação química em cadeia, gerando mais calor e alimentando a combustão.
FOGO ABERTO:
Aquele que queima para fora, envolvendo a edificação com a fumaça aquecida e com gases em combustão.
FOGO CONFINADO:
Aquele que queima em recinto fechado.
FOGO DE ENCONTRO (FOGO CONTRA FOGO):
Queima proposital de mata (floresta), partindo de uma determinada linha de aceiro, à frente ou nos flancos de um incêndio de rápida propagação, buscando deter o fogo principal por ausência de material combustível.
FRATURA:
1. Ruptura ou solução de continuidade de um osso ou cartilagem.
2. Superfície que se obtém pela ruptura de um mineral ou rocha, numa direção diferente da/de clivagem.
FRATURA ABERTA OU EXPOSTA:
Fratura acompanhada de ferimento de pele e tecidos moles, de tal forma que comunica o exterior com o foco de fratura. Há maior risco de infecção.
FRATURA COMINUTIVA:
Quando um osso apresenta numerosos fragmentos e focos de fratura. Ocorre estilhaçamento ósseo.
FRATURA SIMPLES OU FECHADA:
Fratura sem solução de continuidade de pele. O foco da fratura não está em contacto com o exterior.
FREÁTICO:
1. Aqüífero cuja superfície superior da zona saturada se encontra sob pressão atmosférica; aqüífero livre.
2. Lençol de água, subterrâneo, que se forma em profundidade relativamente pequena, sobre uma camada de terreno impermeável.
FRENTE:
Em meteorologia, zona de transição separando duas massas de ar de diferentes densidades/temperatura.
FRENTE FRIA:
1. Deslocamento da superfície frontal de uma massa fria, sobre o território ocupado pela massa quente, em razão da maior intensidade da primeira.
2. Limite anterior da massa de ar frio ou a interface entre essa massa de ar e outra de ar quente, a qual se apresenta em forma de cunha. As massas de ar de origem polar, ao se deslocarem, elevam o gradiente de pressão ao nível da superfície, fornecendo a energia necessária ao deslocamento dessas frentes.
FRENTE FRIA ESTACIONÁRIA:
O ar tropical que se opunha ao avanço da massa polar intensificou-se, de modo a estabelecer equilíbrio de pressão e densidade.
Caso o ar tropical se intensifique mais que o polar, com densidade média e pressões maiores, passará a empurrá-lo pouco a pouco e a frente fria, que, até então, tornara-se estacionária, começa a recuar lentamente, sob a forma de “frente quente”.
FRENTE QUENTE:
Deslocamento da superfície frontal de uma massa quente sobre o território ocupado pela massa fria.
FREQÜÊNCIA DE CHEIAS:
Número médio de vezes que ocorrerá uma cheia de determinada grandeza, durante anos.
FUMAÇA:
Formação gasosa de partícula de carbono, resultante de combustão incompleta, em concentração suficiente para se tornar visível. A partícula de fumaça tem diâmetro normalmente inferior a 0,5 micra.
GRUPAMENTO DE BUSCA E SALVAMENTO:
Unidade do Corpo de Bombeiros com atribuição de executar ações de busca e salvamento, numa determinada área geográfica.
GRUPAMENTO DE INCÊNDIO:
Unidade de Corpo de Bombeiros com atribuição de executar ações de combate a incêndios e a outros sinistros, numa determinada área geográfica.
GRUPO DE VOLUNTÁRIOS:
Formação espontânea ou programada de grupos de pessoas de uma comunidade, com o objetivo de realizar trabalhos de interesse da defesa civil como: realização de campanhas, assistência, coleta de donativos e prestação de socorro nos desastres.
GRUPO VULNERÁVEL:
Grupo de indivíduos de uma população, como crianças, grávidas, mães, idosos, enfermos, habitantes de áreas de risco, desnutridos e outros, que apresentam pré-condições para terem intensificados os danos, em caso de desastre.
HABITAT
Meio ambiente, local onde vive um organismo. Característica ecológica de um local específico habitado por um organismo ou populações adaptadas ao ambiente, no qual realizam sua interação ecológica.
HOMOLOGAÇÃO (... de Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública):
Documento oficial de aprovação e confirmação, baixado por autoridade administrativa competente, observando os critérios e procedimentos estabelecidos pelo CONDEC, o qual é necessário para que determinado ato público produza os efeitos jurídicos que lhes são próprios, em nível governamental, representado pela autoridade homologante.
O Decreto de homologação de situação de emergência ou de estado de calamidade pública, dispensável no caso específico do Distrito Federal, é da competência dos Governadores estaduais.
INCÊNDIO:
Sinistro por fogo. Combustão viva. Fogo que escapa ao controle do homem. Grande prejuízo causado pelo fogo.
INCÊNDIO CLASSE “A”:
Fogo em sólidos. De uma maneira geral, queima em superfície e em profundidade. Os combustíveis sólidos mais freqüentes são: madeira, papel, borracha, pano e vegetação seca.
INCÊNDIO CLASSE "B":
Fogo em líquidos ou em gases combustíveis. O líquido queima na superfície, os gases, em volume. Os mais freqüentes são: gasolina, álcool, GLP e éter.
INCÊNDIO CLASSE “C”:
Fogo com material energizado, normalmente equipamento elétrico, onde a extinção deve ser realizada com agente não condutor de eletricidade.
INCÊNDIO CLASSE “D” :
Fogo em metal pirofórico, que necessita de extintores especiais para sua extinção.
INCÊNDIO FLORESTAL:
Propagação do fogo em áreas florestais, que normalmente ocorre em períodos de estiagem. Está intrinsecamente relacionada com a redução da umidade ambiental. Pode ocorrer espontaneamente ou ser provocado pelo homem.
INCOLUMIDADE:
Qualidade ou estado de incólume daquele que está livre do perigo, são e salvo; ileso, intacto.
INDICADOR DE RISCO:
Elemento que indica, de forma clara e simplificada, a existência de um risco de desastre. Um mapa de risco é um indicador gráfico.
INDICADORES SOCIAIS
Diferentes índices utilizados para definir o nível de desenvolvimento sócioeconômico de uma determinada sociedade. Dentre esses, são importantes os índices de mortalidade infantil, de expectativa de vida, de analfabetismo, habitações com água potável, habitações com esgoto sanitário e outros.
INFLAMÁVEL:
Que é suscetível de queimar-se; combustível que reage facilmente com o oxigênio e, na presença do calor, produz rapidamente o fogo.
INFLAMÁVEL (CLASSES):
Classe 1 — Combustíveis cujo ponto de fulgor é abaixo de 40C. Exemplo: éter, gasolina, benzina, nafta, colódio, acetona etc.;
Classe 2 — Combustíveis cujo ponto de fulgor é acima de 40C e abaixo de 210C. Exemplo: acetato amílico, toluol, álcool etc.;
Classe 3 — Combustíveis cujo ponto de fulgor é acima de 210C e abaixo de 930C. Exemplo: querosene, álcool amílico, terebintina etc. (V. temperatura de fulgor).
INFORMAÇÃO:
Conhecimento de um fato ou situação, resultante do processamento inteligente de todos os informes disponíveis, relacionados com o referido fato ou situação, com a finalidade de assessorar o planejamento, a execução e o acompanhamento de atos decisórios.
INFORME:
Qualquer observação, fato, relato ou documento que possa contribuir para o conhecimento de determinado assunto. O mesmo que dado.
INUNDAÇÃO:
Transbordamento de água da calha normal de rios, mares, lagos e açudes, ou acumulação de água por drenagem deficiente, em áreas não habitualmente submersas.
Em função da magnitude, as inundações são classificadas como: excepcionais, de grande magnitude, normais ou regulares e de pequena magnitude. Em função do padrão evolutivo, são classificadas como: enchentes ou inundações graduais, enxurradas ou inundações bruscas, alagamentos e inundações litorâneas.
Na maioria das vezes, o incremento dos caudais de superfície é provocado por precipitações pluviométricas intensas e concentradas, pela intensificação do regime de chuvas sazonais, por saturação do lençol freático ou por degelo.
As inundações podem ter outras causas como: assoreamento do leito dos rios; compactação e impermeabilização do solo; erupções vulcânicas em áreas de nevados; invasão de terrenos deprimidos por maremotos, ondas intensificadas e macaréus; precipitações intensas com marés elevadas; rompimento de barragens; drenagem deficiente de áreas a montante de aterros; estrangulamento de rios provocado por desmoronamento.
ISOLAMENTO:
1. Conjunto de operações destinadas a impedir a propagação de um sinistro (normalmente incêndio) para outras áreas.
2. Segurança de pessoas ou animais infectados, durante o período de transmissibilidade da doença, em local e condições que evitem a transmissão do agente infeccioso aos suscetíveis.
3. Instalação hospitalar destinada ao isolamento de pacientes.
JUSANTE:
Sentido em que correm as águas de uma corrente fluvial, ou seja, para o lado em que vaza o curso de água ou maré.
LATITUDE:
Em geografia, sistema de coordenadas esféricas, para a medida de distâncias angulares relacionadas com o plano do equador. Varia de 0 a 900 (latitude Norte) do equador, em direção ao pólo Norte e de 0 a 900 (latitude Sul) do equador, em direção ao pólo Sul.
LEITE DE POMBO:
Complexo alimentar preelaborado, formado por sementes pré-digeridas, em mistura com uma secreção oriunda do tecido epitelial do inglúvio (Papo=Pré- estômago), produzido por aves da ordem dos columbídeos. Esta secreção, por possuir elevadíssimos teores de lipídios e de proteínas, enriquece a massa alimentar, que é regurgitada pelos genitores na boca dos filhotes.
LEPTOSPIROSE — (CID 100):
Doença infecciosa produzida por bactérias da espécie Leptospira interrogans, com mais de 170 variedades sorológicas, dentre as quais, no Brasil, as mais importantes são as de variedades icterohemorrhagie. Apresenta manifestações multiformes, incluindo febre, dor de cabeça, intenso mal-estar, dores musculares, vômitos e conjuntivite, ocasionalmente meningite e erupção cutânea, insuficiência renal, às vezes, anemia por destruição de glóbulos vermelhos na corrente sangüínea (hemólise), com coloração amarelada da pele e mucosas (icterícia) e pequenas hemorragias. A letalidade baixa aumenta com a idade e pode atingir 20% nos casos de icterícia e insuficiência renal. Os hospedeiros mais comuns, não exclusivos, são os roedores, principalmente ratos, que eliminam o agente infectante através da urina. A leptospirose é um problema potencial, após as enchentes, principalmente em cidades onde o controle de roedores é deficiente.
LINHA DE MANGUEIRAS:
Conjunto de dois ou mais lances de mangueira, acoplados entre si, formando um sistema para conduzir a água da fonte de suprimento ao local onde será utilizada.
LONGITUDE:
Em geografia, distância angular de um ponto na superfície terrestre, segundo os meridianos. Com relação ao Meridiano de Greenwich, considerado como o meridiano zero, a distância angular em graus deverá indicar se está sendo medida na direção leste ou oeste.
MAPA:
Representação gráfica, em geral numa superfície plana e numa determinada escala, com a representação de acidentes físicos e obras civis da superfície da Terra ou de um planeta ou satélite.
MAPA DE RISCO:
Mapa topográfico, de escala variável, no qual se grava sinalização sobre riscos específicos, definindo níveis de probabilidade de ocorrência e de intensidade de danos previstos.
MAPA DE VULNERABILIDADE:
Mapa onde se analisam as populações, os ecossistemas e o mobiliamento do território, vulneráveis a um dado risco.
MAR ABERTO OU ALTO MAR:
1. Parte do mar que está além da visão da orla costeira.
2. Águas situadas além do mar territorial e livres de qualquer direito de cidadania.
MAR TERRITORIAL:
Porção do mar adjacente a um Estado costeiro, sobre o qual exerce sua soberania, tendo como limite interno a linha de base e, como limite externo, uma linha eqüidistante da linha de base e regulada por legislação específica desse Estado.
MARÉ:
Fenômeno relacionado com o movimento cíclico das águas do mar ou de grandes lagos, através do qual as águas se elevam ou baixam em relação a uma referência fixa no solo. É produzido pela atração gravitacional conjunta da lua e do sol, podendo ser influenciado menos intensamente por outros planetas. Sua amplitude é variável para cada ponto da superfície terrestre, e o ciclo tem a duração aproximada de 24 horas. As condições de fluxo máximo (preamar) e mínimo (baixa-mar) dependem das posições relativas daqueles astros.
MAREMOTO:
Movimento produzido pela propagação de ondas sísmicas através da massa oceânica. Geralmente tem alto poder destrutivo. (V. tsunami).
MEIO AMBIENTE:
Conjunto de condições, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
MOBILIZAÇÃO:
1. Ato de mobilizar.
2. Arregimentação para uma ação política ou de caráter reivindicatório.
3. Conjunto de medidas governamentais destinadas a aumentar a capacidade de defesa de um país ou região, para enfrentar uma situação de guerra.
4. Conjunto de medidas que visam a ampliar, de forma ordenada, a capacidade de concentrar recursos institucionais, humanos, econômicos e materiais para enfrentar uma situação de emergência.
MONITORIZARÃO:
Observação, medição e avaliação repetitiva e continuada de dados técnicos em informações, de acordo com esquemas preestabelecidos no tempo e no espaço, utilizando métodos comparativos, com o propósito de conhecer todas as possíveis variáveis de um processo ou fenômeno em estudo e garantir respostas coerentes e oportunas.
*O termo está mais de acordo com a semântica do que monitoração ou, ainda, monitoramento.
MONITORIZAÇÃO DE RISCO:
Aplicação da metodologia de monitorização para o acompanhamento do quadro de evolução dos riscos, com vistas a garantir uma eficiente gestão.
MONTANTE:
Direção de onde correm as águas duma corrente fluvial, no sentido da nascente. Direção oposta a jusante.
MURO DE ARRIMO:
Parede forte construída de alvenaria ou de concreto, com o objetivo de proteger, apoiar ou escorar áreas que apresentam riscos de deslizamento, desmoronamento e erosão, tais como encostas, vertentes, barrancos etc.
NÍVEL DE ALARME:
Nível de água no qual começam os danos ou as inconveniências locais ou próximas de um dado pluviógrafo. Pode ser acima ou abaixo do nível de transbordamento ou armazenamento de cheias.
NÍVEL DE RISCO ACEITÁVEL:
Quantidade de risco que uma sociedade determinou como tolerável e razoável, após considerar todas as conseqüências associadas a outros níveis alternativos.
NÍVEL DE UMA CHEIA:
Posição ocupada pela superfície de um curso d'água, durante certa cheia. Num sentido mais geral, elevação em vários pontos do curso d'água, durante determinada cheia.
NÍVEL DO MAR:
Nível que serve de referência para a medida das altitudes relativas dos acidentes geográficos. O nível do mar não é imutável; sua determinação caracteriza um valor médio para um dado período. Com o aquecimento da atmosfera, os glaciais, principalmente das regiões polares, tendem a se derreter e o nível do mar a subir.
NOTIFICAÇÃO:
Comunicação oficial da ocorrência de casos de determinadas doenças (de notificação compulsória) à autoridade sanitária competente, por pessoa (notificante) que tenha conhecimento de tais casos. Qualquer comunicação oficial sobre assunto importante referente à rotina burocrática.
NUVEM:
Conjunto visível de partículas minúsculas de água líquida ou de cristais de gelo, ou de ambas ao mesmo tempo, em suspensão na atmosfera.
Esse conjunto pode também conter partículas de água líquida ou de gelo, em maiores dimensões, e partículas procedentes, por exemplo, de vapores industriais, de fumaça ou de poeira. Assim como os nevoeiros, nuvens são uma conseqüência da condensação e sublimação do vapor de água na atmosfera.
Quando a condensação (ou sublimação) ocorre em contato direto com a superfície, a nuvem que se forma colada à superfície constitui o que se chama de "nevoeiro".
A ocorrência acima de 20m (60 pés) passa a ser nuvem propriamente dita e se apresenta sob dois aspectos básicos, independendo dos níveis em que se formam, que são:
1. Nuvens Estratificadas — quando se formam camadas contínuas, de grande expansão horizontal e pouca expansão vertical.
2. Nuvens Cumuliformes — quando se formam em camadas descontínuas e quebradas, ou então, quando surgem isoladas, apresentando expansões verticais bem maiores em relação à expansão horizontal.
Quanto à estrutura física, as nuvens podem ser ainda classificadas em:
1. Líquidas — quando são compostas exclusivamente de gotículas e gotas de água no estado líquido;
2. Sólidas — quando são compostas de cristais secos de gelo;
3. Mistas — quando são compostas de água e de cristais de gelo. As nuvens são classificadas, por fim, segundo a forma, aparência e a altura em que se formam.
Os estágios são definidos em função das alturas médias em que se formam as nuvens:
1. Nuvens Baixas — até 2.000 metros de altura, são normalmente de estrutura líquida;
2. Nuvens Médias — todas as nuvens que se formam entre 2 e 7 km, nas latitudes temperadas, e 2 e 8 km, nas latitudes tropicais e equatoriais; são normalmente líquidas e mistas;
3. Nuvens Altas — compreendem todas as nuvens que se formam acima do estágio de nuvens médias; são sempre sólidas, o que lhes dá a coloração típica do branco brilhante;
4. Nuvens de Desenvolvimento Vertical — compreendem as nuvens que apresentam desenvolvimento vertical excepcional, cruzando, às vezes, todos os estágios;
Podem ter as três estruturas físicas:
a) líquida ou mista, na parte inferior;
b) mista, na parte média;
c) sólida, na parte superior.
As nuvens são, ainda, distribuídas em 10 (dez) gêneros fundamentais:
Nuvens Altas:
1. Cirrus — Ci - nuvens isoladas, em forma de filamentos brancos e delicados, ou de bancos ou faixas estreitas, brancas ou em sua maioria brancas. Essas nuvens têm um aspecto fibroso (cabeludo) ou um brilho sedoso ou ambos. Os cirrus são nuvens altas constituídas por cristais de gelo, e sua altitude nas Regiões Polares varia de 3 a 8 km; nas Regiões Temperadas, de 5 a 13 km, e nas Regiões Tropicais, de 6 a 18 km.
2. Cirrocumulus — Cc - banco, lençol ou camada delgada de nuvens brancas, sem sombra própria, compactas de elementos muito pequenos em forma de grânulos, rugas etc., soldados ou não e dispostos mais ou menos regularmente; a maioria dos elementos tem uma largura aparente inferior a um grau.
Os cirrocumulus são constituídos, quase que exclusivamente, por cristais de gelo; gotículas d'água fortemente superfundidas podem igualmente estar presentes, mas, em geral, dão lugar rapidamente aos cristais de gelo; sua altitude nas Regiões Polares varia de 3 a 8 km; nas Regiões Temperadas, de 5 a 13 km, e nas Regiões Tropicais, de 6 a 18 km.
3. Cirrostratus — Cs - véu de nuvens transparente e esbranquiçado, de aspecto fibroso (cabeleira) ou liso, cobrindo inteiramente ou parcialmente o céu e dando geralmente lugar a fenômenos de halo. O cirrostratus é constituído principalmente por cristais de gelo; sua altitude nas Regiões Polares varia de 3 a 8 km; nas Regiões Temperadas, de 5 a 13 km, e nas Regiões Tropicais, de 6 a 18 km.
Nuvens Médias:
4. Altocumulus — Ac — banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, ou simultaneamente brancas e cinzentas, tendo geralmente sombras próprias, em forma de lamínulas, seixos, rolos etc., de aspecto às vezes parcialmente fibroso ou difuso, soldados ou não; a maioria dos pequenos elementos dispostos regularmente tem geralmente uma largura aparente compreendida entre um e cinco graus. Os altocumulus são nuvens médias quase invariavelmente constituídas por gotículas d'água, pelo menos na sua maioria, e sua altitude nas Regiões Polares varia de 2 a 4 km; nas Regiões Temperadas, de 2 a 7 km, e nas Regiões Tropicais, de 2 a 8 km.
5. Altostratus — As - lençol ou camada de nuvens cinzentas ou azuladas, de aspecto estriado, fibroso ou uniforme, cobrindo inteiramente ou parcialmente o céu e apresentando partes suficientemente delgadas, para que se possa ver o Sol, pelo menos vagamente, como se fosse através de um vidro despolido. O altostratus é constituído por gotículas de água e cristais de gelo; também contém gotas de chuva e flocos de neve; sua altitude é igual a do altocumulus.
Nuvens Baixas:
6. Nimbostratus — Ns - camada de nuvens cinzentas, muitas vezes sombrias, com um aspecto embaciado, em conseqüência de pancadas mais ou menos contínuas de chuva ou de neve que, na maioria dos casos, atingem o solo.
O nimbostratus é constituído de gotículas de água (às vezes superfundidas) e gotas de chuva, por cristais de neve e flocos de neve, ou por uma mistura dessas partículas líquidas e sólidas; sua altitude varia de 100 a 6.000 metros.
7. Stratocumulus — Sc - banco, lençol ou camada de nuvens cinzentas e esbranquiçadas, tendo quase sempre partes escuras, em forma de lajes, seixos, rolos etc., de aspecto fibroso (exceto a virga), soldados ou não; a maioria dos elementos, dispostos regularmente, tem uma largura superior a cinco graus.
O stratocumulus é constituído de gotículas de água, acompanhado algumas vezes de gotas de chuva ou de pelotas de neve e, mais raramente, de cristais de neve e de flocos de neve; sua altitude varia de 100 a 6.000 metros.
8. Stratus — St - camada de nuvens geralmente cinzentas, com base bastante uniforme, podendo dar lugar a garoa, prismas de gelo ou de neve granular. Quando o Sol é visível através da camada, seu contorno é nitidamente visível e sua altitude varia de 100 a 6.000 metros.
Nuvens de Desenvolvimento Vertical:
9. Cumulus — Cu - nuvens isoladas, geralmente densas e de contornos bem definidos, desenvolvendo-se verticalmente em forma de mamelões, domos ou de torres e cuja parte superior, cheia de protuberâncias, assemelha-se muitas vezes a uma couve-flor.
Os cumulus são constituídos principalmente por gotículas de água. Podem formar-se cristais de gelo nas partes dessas nuvens, onde a temperatura é nitidamente inferior a zero graus celsius. A base das nuvens cumulus varia de 300 a 2.400 metros, podendo o seu topo atingir em média 6.000 metros.
10. Cumulonimbus — Cb - nuvens densas e possantes, de considerável dimensão vertical, em forma de montanha ou de enormes torres. Uma parte da sua região superior, pelo menos, é geralmente lisa, fibrosa ou estriada e quase sempre achatada; essa parte se desenvolve, muitas vezes, em forma de bigorna ou de um vasto penacho.
Os cumulonimbus são constituídos por gotículas de água e, principalmente em sua região superior, por cristais de gelo.
Contêm, igualmente, gotas de chuva grossas e, comumente, flocos de neve, pelotas de neve, granizo ou saraiva. A altitude da base dessas nuvens varia de 600 a 2.400 metros; mas seu topo pode atingir em média 12.000 metros.
ONDA (OLEADA):
1. Vaga, afluxo de líquido.
2. Transporte de energia de um ponto para outro.
3. Grande afluência, cume ou ponto mais intenso de um fenômeno.
4. Perturbação periódica mediante a qual ocorre transporte de energia, de um ponto a outro, de um material específico ou do espaço vazio.
ONDA DE CALOR:
1. Fenômeno criado pelo aquecimento por convecção das partículas pesadas de uma substância, devido à combustão das partículas leves; aumenta de espessura proporcionalmente à combustão e sua temperatura varia entre 150ºC e 260ºC.
2. Fenômeno meteorológico que se origina quando frentes de alta pressão, formadas em regiões quentes, áridas ou semi-áridas, deslocam-se para regiões de climas mais frescos, onde se estabilizam por alguns dias.
ONDA DE CHOQUE:
Onda que provoca uma variação extremamente rápida e localizada da pressão, temperatura e densidade de um fluido.
ONDA DE FRIO INTENSO:
Rápida e grande queda na temperatura sobre uma extensa área. A temperatura, bastante baixa, permanece sobre esta área por várias horas e dias e, às vezes, uma semana ou mais, acompanhada geralmente por céu claro.
ONDA DE VÍTIMAS:
Chegada de grande quantidade de vítimas de um desastre a uma instalação de saúde, requerendo atenção e tratamento imediatos.
OPERAÇÃO:
1. Complexo de recursos que se combinam para a obtenção de determinados resultados.
2. Manobra ou combate militar.
3. Execução coordenada de medidas necessárias à consecução de um objetivo político, militar, de controle de desastres ou outro.
ORDEM PÚBLICA:
1. Conjunto de instituições e preceitos coagentes, destinados a manter o bom funcionamento dos serviços públicos, a segurança e a moralidade das relações entre os cidadãos e cuja aplicação , em princípio, não pode ser objeto de acordo ou convenção.
2. Ausência de desordem.
3. Bom funcionamento dos serviços públicos e de segurança coletiva, em estreita relação interativa com a comunidade apoiada.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU):
Organismo supremo de coordenação das relações intergovernamentais, envolvendo a quase totalidade das nações mundiais. Foi estabelecido a partir de 1945, com os seguintes objetivos gerais:
· manutenção da paz e da segurança internacional;
· desenvolvimento (intensificação) das relações amistosas entre as diversas nações;
· solução de problemas de âmbito mundial, através da cooperação internacional;
· harmonização (coordenação) das ações de cooperação de todas as nações para a consecução de objetivos comuns.
A Organização das Nações Unidas estabeleceu vários organismos e agências de cooperação, com finalidades específicas, dentre as quais importam para a defesa civil:
· Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (UNHRC);
· Departamento de Assuntos Humanitários (HAD ou DAH);
· Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF);
· Organismo Internacional de Energia Atômica (AIEA ou OIEA);
· Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO);
· Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO);
· Organização Internacional de Proteção Civil (ICDO ou OIPC);
· Organização Meteorológica Mundial (WMO ou OMM);
· Organização Mundial da Saúde (WHO ou OMS*);
· Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP ou PNUD);
· Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP ou PNUMA);
· Programa Mundial de Alimentos (WFP ou PMA);
· Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO — OACI).
*Mediante convênio com a OMS, a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) instituiu para as Américas o Programa para Emergências e Desastres (PED), com sede em Washington.
PANDEMIA:
Epidemia generalizada de amplas proporções, atingindo grande número de pessoas, em vasta área geográfica.
PÂNICO:
1. Situação de susto ou terror súbito. Medo repentino. Ação desorientada de uma coletividade, surpreendida por um fenômeno, suposto ou real, sobre o qual avalia antecipadamente resultados desastrosos, muitas vezes injustificados, reagindo de forma irracional e, em conseqüência, aumentando os riscos de ampliação do desastre.
2. Medo que os antigos diziam ser inspirado pelo Deus Pã.
PÉ DIREITO:
Distância vertical que limita o piso e o teto de um pavimento; distância vertical entre o nível do solo e a cobertura de um prédio.
PERCEPÇÃO DO RISCO:
1. Impressão ou juízo intuitivo sobre a natureza e a magnitude de um determinado risco.
2. Percepção sobre a importância ou gravidade de um determinado risco, com base no repertório de conhecimento que o indivíduo acumulou, durante o seu desenvolvimento cultural, e sobre o juízo político e moral de sua significação.
PERIGO:
Qualquer condição potencial ou real que pode vir a causar morte, ferimento ou dano à propriedade. A tendência moderna é substituir o termo por ameaça.
PERMEABILIDADE:
Capacidade de um solo, sedimento ou rocha porosa de permitir a passagem, transferência ou cedência da água. Mede-se pela quantidade de água que passa por uma seção unitária, durante a unidade de tempo, sob um gradiente hidráulico de 100%.
PLANO ALTERNATIVO:
Plano traçado para substituir determinado plano de operação, no caso de mudança de situação, que o torne inexeqüível ou desaconselhável.
PLANO BÁSICO:
Plano geral, destinado a resolver um problema administrativo de grande envergadura e que serve de base à elaboração de outros planos de detalhes.
PLANO COMPLEMENTAR:
Plano operacional para a realização de operações parciais ou de serviços especiais que concorrem para a execução de determinado plano de operação.
PLANO DE AUXÍLIO MÚTUO:
Plano que estabelece a soma de esforços de pessoal, equipamentos e materiais, envolvendo órgãos governamentais, não-governamentais e a comunidade, para enfrentar, com sucesso, situações de emergência.
PLANO DE CONTINGÊNCIA OU EMERGÊNCIA:
Planejamento realizado para controlar e minimizar os efeitos previsíveis de um desastre específico.
O planejamento se inicia com um "Estudo de Situação", que deve considerar as seguintes variáveis:
1 — avaliação da ameaça de desastre;
2 — avaliação da vulnerabilidade do desastre;
3 — avaliação de risco;
4 — previsão de danos;
5 — avaliação dos meios disponíveis;
6 — estudo da variável tempo;
7 — estabelecimento de uma "hipótese de planejamento", após conclusão do estudo de situação;
8 — estabelecimento da necessidade de recursos externos, após comparação das necessidades com as possibilidades (recursos disponíveis);
9 — levantamento, comparação e definição da melhor linha de ação para a solução do problema; aperfeiçoamento e, em seguida, a implantação do programa de preparação para o enfrentamento do desastre;
10 — definição das missões das instituições e equipes de atuação e programação de "exercícios simulados", que servirão para testar o desempenho das equipes e aperfeiçoar o planejamento.
PLANO DE OPERAÇÕES:
Plano destinado à execução de uma operação, incluindo todos os aspectos necessários a esse fim.
PLANO DIRETOR DE DEFESA CIVIL:
Plano global de todas as ações de defesa civil, que deve considerar a seguinte sistemática de planejamento e gerenciamento de desastres:
· Minimização de Desastres, compreendendo Prevenção de Desastres e Programas de Preparação para Emergências e Desastres (P.P.E.D);
· Resposta aos Desastres, compreendendo as Ações de Socorro, Assistência à População e de Reabilitação da Área Atingida;
· Reconstrução, que tem por finalidade restabelecer, em sua plenitude, os serviços públicos, a economia da área, o moral social e o bem-estar da população.
PLANO EVENTUAL DE MOBILIZAÇÃO:
Documento resultante de um planejamento sobre problemas de mobilização — compatibilizado com o Plano Nacional de Mobilização — implementando os estudos realizados, onde se encontram respostas a hipóteses formuladas para prazos curtos e situações inopinadas, às quais se exige a imediata execução de ações de emergência.
PLUVIÓGRAFO:
Pluviômetro que registra automaticamente e normalmente, sob a forma de gráfico, a quantidade acumulada de precipitação em função do tempo.
PLUVIOMETRIA:
1. Ramo da climatologia que se ocupa da distribuição de chuvas em diferentes épocas e regiões.
2. Medida média de precipitações de chuvas em uma região definida, durante um período considerado.
PLUVIÔMETRO:
Instrumento para medir a quantidade de precipitação que cai num local, num momento determinado.
POÇO:
1. Furo vertical no solo para extrair água.
2. Pequena massa de água calma e relativamente profunda.
3. Lago natural ou artificial para acumulação, regularização e controle de água.
POLUENTE:
1. Fator químico, físico ou biológico que polui ou contamina o ambiente.
2. O mesmo que contaminante.
3. Substância presente no ambiente em concentração que causa dano.
4. Qualquer matéria indesejável, sólida, líquida ou gasosa presente no meio ambiente.
Poluente ou Contaminante Primário. Contaminante emitido para o ambiente a partir de fonte identificável.
Poluente ou Contaminante Secundário. Contaminante que se forma por reação química entre um dejeto e substância química existente no meio ambiente.
Poluente ou Contaminante Antropogênico. Agente cuja presença no ambiente, em níveis perigosos para os seres vivos, deve-se a atividades humanas.
POLUIÇÃO:
Modificação indesejável das características físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente. Presença de poluentes físicos, químicos ou biológicos nocivos ao ambiente.
POSTO DE COLETA (P COL):
Instalação destinada a receber e iniciar o processamento da evacuação de material ou pessoal (mesmo mortos), em determinado escalão.
POSTO DE COMANDO (PC):
Estação ou local onde atua o comandante ou chefe de uma operação.
POSTO DE DISTRIBUIÇÃO DE SUPRIMENTOS (P DISTR):
Instalação logística destinada ao recebimento, repartição e distribuição do suprimento para o consumo dos elementos a apoiar.
PRECIPITAÇÃO:
1. Hidrometeoro constituído por um conjunto da partículas aquosas, líquidas ou sólidas, cristalizadas ou amorfas, que caem de uma nuvem ou de um conjunto de nuvens e atingem o solo.
2. Produtos líquidos ou sólidos da condensação do vapor de água, que caem das nuvens ou são depositados pelo ar úmido no solo.
3. Quantidade de precipitação caída sobre uma superfície horizontal, durante um dia, um mês e um ano, designada, respectivamente, como precipitação diária, mensal e anual.
PREJUÍZO:
Medida de perda relacionada com o valor econômico, social e patrimonial de um determinado bem, em circunstâncias de desastre.
Os prejuízos econômicos, após medidos, devem ser comparados com a capacidade econômica do município afetado pelo desastre, medida em termos de Produto Interno Bruto-PIB, volume do orçamento municipal e capacidade de arrecadação.
Devem ser discriminados em função dos seguintes setores da economia:
· agrícola;
· pecuária;
· indústria;
· comércio;
· mineração; e,
· transportes.
Os prejuízos sociais mais importantes relacionam-se com a interrupção do funcionamento ou com o colapso de serviços essenciais, como:
· assistência médica, saúde pública e atendimento de emergências médico-cirúrgicas;
· abastecimento de água potável;
· esgoto de águas pluviais e sistema de esgotos sanitários;
· sistema de limpeza urbana e de recolhimento e destinação do lixo;
· sistema de desinfestação e desinfecção do habitat e de controle de pragas e vetores;
· geração e distribuição de energia elétrica;
· telecomunicações; transportes locais e de longo curso;
· distribuição de combustíveis, especialmente os de uso doméstico;
· segurança pública;
· ensino.
PREPARAÇÃO PARA DESASTRE:
Conjunto de ações desenvolvidas pela comunidade e pelas instituições governamentais e não-governamentais, para minimizar os efeitos dos desastres, através da difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos e da formação e capacitação de recursos humanos para garantir a minimização de riscos de desastres e a otimização das ações de resposta aos desastres e de reconstrução.
Dentro de um planejamento global, incentiva-se o desenvolvimento de mecanismos de coordenação interinstitucional de órgãos integrantes do Sistema Nacional de Defesa Civil.
Em cada nível de governo, os órgãos que compõem o Sistema devem participar do desenvolvimento de planos de contingência para o enfrentamento dos desastres previsíveis, considerando as ações de prevenção, resposta aos desastres e de reconstrução.
O Programa de Preparação compreende:
· atualização da legislação pertinente;
· preparação de recursos humanos e interação com a comunidade;
· educação e treinamento das populações vulneráveis;
· organização da cadeia de comando, das medidas de coordenação das operações e da logística, em apoio às operações.
PREVALÊNCIA:
Número de casos que ocorrem em uma comunidade, num período de tempo considerado. Porcentagem de uma população afetada por uma enfermidade específica, num espaço-tempo determinado.
PREVENÇÃO DE DESASTRE:
Conjunto de ações destinadas a reduzir a ocorrência e a intensidade de desastres naturais ou humanos, através da avaliação e redução das ameaças e/ou vulnerabilidades, minimizando os prejuízos sócioeconômicos e os danos humanos, materiais e ambientais.
Implica a formulação e implantação de políticas e de programas, com a finalidade de prevenir ou minimizar os efeitos de desastres.
A prevenção compreende: a Avaliação e a Redução de Riscos de Desastres, através de medidas estruturais e não-estruturais.
Baseia-se em análises de riscos e de vulnerabilidades e inclui também legislação e regulamentação, zoneamento urbano, código de obras, obras públicas e planos diretores municipais.
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS E DE SINISTROS:
Conjunto de normas e de ações adotadas para evitar incêndios e outros sinistros, procurando eliminar ou reduzir as suas possibilidades de ocorrência, bem como reduzir sua extensão e limitar suas conseqüências.
PREVENÇÃO DE RISCOS:
Estudos que visam minimizar os riscos de desastres, buscando aumentar as margens de segurança e reduzir as probabilidades de ocorrência de acidentes ou minimizar os danos causados pelos mesmos.
PRIMEIROS SOCORROS:
Medidas específicas de socorro imediato a uma vítima, executadas por pessoal adestrado, enquanto se aguarda a chegada do médico ou equipe especializada que o conduza ao hospital.
PRODUTO PERIGOSO:
Produto cujo manuseio e tráfego apresentam risco à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio individual ou público.
Na relação de produtos considerados perigosos, foi adotada a classificação das Nações Unidas, que agrupa tais produtos em nove classes de risco:
1. Explosivos (V. substância explosiva):
a) Substâncias explosivas, exceto as que forem demasiadamente perigosas para serem transportadas e aquelas cujo risco dominante indique ser mais apropriado considerá-las em outra classe (uma substância que, não sendo ela própria um explosivo, possa gerar uma atmosfera explosiva de gás, vapor ou poeira; não está incluída na classe 1);
b) Artigos explosivos, exceto os que contenham substâncias explosivas em tal quantidade ou de tal tipo que uma ignição ou uma iniciação acidental ou involuntária, durante o transporte, não provoque qualquer manifestação externa ao dispositivo, seja projeção, fogo, fumaça, calor ou ruído alto;
c) Substâncias e artigos não mencionados em (a) e (b), que sejam manufaturados com o fim de produzir, na prática, um efeito explosivo ou pirotécnico. É proibido o transporte de substâncias explosivas excessivamente sensíveis ou tão reativas que estejam sujeitas à reação espontânea, exceto sob licença das autoridades competentes.
2. Gases comprimidos, liquefeitos, dissolvidos sob pressão ou altamente refrigerados — Compreendem:
a) Gases permanentes: os que não podem ser liquefeitos à temperatura ambiente;
b) Gases liquefeitos: aqueles que podem tornar-se líquidos sob pressão, à temperatura ambiente;
c) Gases dissolvidos: os dissolvidos sob pressão em um solvente, que pode ser absorvido em material poroso;
d) Gases permanentes altamente refrigerados: ar líquido, oxigênio etc. Os gases venenosos (tóxicos), comprimidos, poderiam ter sido incluídos na subclasse 6.1, uma vez que seu caráter venenoso pode ser considerado risco principal. Foram colocados nessa classe, porque são transportados nos mesmos tipos de recipientes que os demais gases e devem atender às mesmas exigências quanto à segurança.
3. Líquidos inflamáveis: misturas de líquidos ou líquidos contendo sólidos em solução ou em suspensão (exclusive substâncias que tenham sido classificadas de forma diferente, em função de suas características perigosas) que produzem vapores inflamáveis a temperaturas de até 60,5º0C, em teste de vaso fechado, ou até 65,60C, em teste de vaso aberto.
4. Sólidos Inflamáveis; Substâncias sujeitas a combustão espontânea; Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis — Compreendem:
a) Sólidos inflamáveis: sólidos, exceto os classificados como explosivos, que, em condições encontradas no transporte, são facilmente combustíveis, ou que, por atrito, podem causar ou contribuir para o fogo.
Incluem-se produtos auto-reagentes, isto é, passíveis de sofrerem temperaturas normais ou elevadas, decomposição fortemente exotérmica, provocada por elevação de temperatura, durante o transporte ou contaminação. Em caso de ignição, esses produtos podem reagir perigosamente, mesmo sem a participação do ar.
Na eventualidade de decomposição sem chamas, alguns podem desprender gases ou vapores tóxicos. Esse grupo de produtos compreende azocompostos alifáticos, sulfo-hidrazidas aromáticas, compostos N-nitrosos e sais de diazônio.
b) Substâncias sujeitas a combustão espontânea: substâncias sujeitas a aquecimento espontâneo nas condições normais de transporte, ou que se aquecem em contato com o ar, sendo, então, capazes de se inflamar;
c) Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis: substâncias que, por interação com a água, podem tornar-se espontaneamente inflamáveis ou produzir gases inflamáveis em quantidades perigosas.
Ainda não se dispõe de critério para determinar os graus de risco dos produtos desta classe; por enquanto, o grau de risco deve ser avaliado por analogia com as substâncias incluídas na relação de produtos perigosos, alocando-os a grupos de risco I (alto), II (médio), III (baixo);
5. Substâncias Oxidantes; Peróxidos Orgânicos:
a) Substâncias Oxidantes: substâncias que, embora não sendo elas próprias necessariamente combustíveis, podem, em geral, por liberação de oxigênio, causar a combustão de outros materiais ou contribuir para isto;
b) Peróxidos Orgânicos: substâncias orgânicas que contêm a estrutura bivalente e podem ser consideradas derivadas do peróxido de hidrogênio, onde um ou ambos os átomos de hidrogênio foram substituídos por radicais orgânicos.
Peróxidos orgânicos são substâncias termicamente instáveis e podem sofrer uma decomposição exotérmica e auto-acelerável.
Além disso, podem apresentar uma ou mais das seguintes propriedades: ser sujeitos a decomposição explosiva, queimar rapidamente, ser sensíveis a choque ou atrito, reagir perigosamente com outras substâncias e causar danos aos olhos.
6. Substâncias Tóxicas; Substâncias Infectantes:
a) Substâncias Tóxicas: substâncias capazes de provocar a morte ou injúrias sérias, ou danos à saúde humana, se ingeridas, inaladas ou por contato com a pele;
b) Substâncias Infectantes.
Dividem-se em:
a) aquelas que contêm microorganismos viáveis ou suas toxinas, os quais provocam ou há suspeita de que possam provocar doenças em seres humanos ou animais;
b) produtos biológicos acabados para uso humano ou animal, fabricados de acordo com as exigências estabelecidas pelo Ministério da Saúde e transportados sob licença especial das autoridades sanitárias; ou produtos biológicos acabados, expedidos para fins de desenvolvimento ou de investigação, antes de licenciados para uso em pessoas ou animais, ou produtos para tratamento experimental de animais e que são manufaturados, de acordo com as exigências estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Incluem, também, produtos biológicos semiprocessados, preparados de acordo com procedimentos de órgãos governamentais especializados.
Vacinas ativas, humanas e para animais são consideradas produtos biológicos e não substâncias infectantes;
c) espécimes para diagnóstico: são quaisquer materiais humanos ou animais, incluindo, mas não limitando a dejetos, secreções, sangue e seus componentes, tecidos ou fluidos, expedidos para fins de diagnóstico, mas excluindo animais vivos infectados. "Produtos biológicos e espécimes para diagnóstico não são considerados perigosos, caso não contenham, ou se possa razoavelmente supor que não contenham uma substância infectante, nem contenham qualquer outra substância perigosa".
7. Substâncias Radioativas — definem-se como qualquer substância cuja atividade específica seja superior a 70 kBq/kg. Nesse contexto, atividade específica significa a atividade por unidade de massa de um radionuclídeo ou, para um material em que o radionuclídeo é essencialmente distribuído de maneira uniforme, a atividade por unidade de massa do material.
As recomendações internacionais relativas ao transporte dessas substâncias consideram principalmente suas propriedades radioativas e físseis; para efeito de transporte, entretanto, é necessário levar em conta propriedades que possam significar um risco adicional.
8. Corrosivos — substâncias que, por ação química, causam severos danos quando em contato com tecidos vivos ou, em caso de vazamento, danificam ou mesmo destroem outras cargas ou o veículo; podem, também, apresentar outros riscos. A classificação das substâncias nos Grupos de Risco da Classe 8 foi feita experimentalmente, levando em conta outros fatores, como o risco à inalação de vapores e reatividade com água (inclusive a formação de produtos perigosos decorrentes de decomposição).
Classificação de substâncias novas, inclusive misturas, pode ser avaliada pelo intervalo de tempo necessário para provocar visível necrose em pele intacta de animal.
Segundo esse critério, os produtos desta Classe podem ser distribuídos em três grupos de risco:
I — Substâncias muito perigosas: provocam visível necrose da pele, após um período de contato de até três minutos;
II — Substâncias que apresentam risco médio: provocam visível necrose da pele, após período de contato superior a 3, mas não maior que 60 minutos;
III — Substâncias de menor risco, incluindo:
a) as que provocam visível necrose da pele num período de contato inferior a 4h;
b) aquelas com uma taxa de corrosão sobre a superfície do aço ou de alumínio superior a 6,25mm por ano, a uma temperatura de teste de 5ºC.
9. Substâncias perigosas diversas — substâncias que, durante o transporte, apresentam um risco não coberto por qualquer das outras classes.
PRODUTO QUÍMICO PERSISTENTE:
Substância resistente à biodegradação e/ou à oxidação química, quando vaza para o meio ambiente e tende a acumular-se na terra, no ar, na água ou em material orgânico.
QUEDA DE BARREIRAS:
Escorregamentos que atingem o leito de uma pista de rodagem, provocando a interrupção parcial ou total da trafegabilidade da estrada. É um termo utilizado, também, como sinônimo de escorregamento, no sentido genérico.
QUEIMADA:
Queimada de mato. Procedimento utilizado por agricultores no preparo da terra para o plantio. As queimadas devem ser desencorajadas, por reduzirem a fertilidade natural do solo e intensificarem o processo de degradação ambiental.
RAIO:
Descarga elétrica proveniente de uma nuvem de trovoada. Pode ocorrer, sem que haja chuva, pela eletrificação causada por colisão de cristais de gelo ou também nas nuvens de cinzas lançadas por um vulcão em erupção.
RAIO DE AÇÃO:
1. Distância máxima que um navio, aeronave ou viatura pode percorrer com uma carga normal e regressar sem se abastecer de combustível, levando em conta os fatores de segurança.
2. Raio do círculo, dentro do qual qualquer alvo será destruído ou seriamente danificado pelos efeitos de explosão.
REABILITAÇÃO:
1. Conjunto de técnicas visando à recuperação de faculdades físicas ou psíquicas de pacientes incapacitados.
2. Conjunto de ações a serem desenvolvidas após a ocorrência de desastre. Tem por finalidade iniciar a restauração da área afetada, para permitir o retorno dos moradores desalojados.
Visa tornar a região novamente habitável, mediante providências que restabeleçam as condições de sobrevivência segura, embora não confortável, dos desabrigados.
Compreende a descontaminação, limpeza, desinfecção, neutralização de poluentes e controle de surtos epidêmicos, bem como a desobstrução e remoção de escombros e as vistorias para a avaliação dos danos provocados.
Compreende também a reabilitação dos serviços essenciais, como segurança pública, saneamento básico, remoção de lixo, e outras medidas de saúde pública e de apoio social necessárias às operações de retorno.
RECONHECIMENTO (... de Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública):
Documento oficial, baixado por autoridade administrativa competente, que admite como certo, reconhece e proclama a legitimidade de atos oficiais de declaração e de homologação, que tenham cumprido os critérios e procedimentos estabelecidos pelo CONDEC, para que o mesmo produza os efeitos jurídicos que lhe são próprios, em nível governamental, representado por aquela autoridade.
A Portaria de reconhecimento de situação de emergência ou de estado de calamidade pública é da competência da autoridade administrativa do Governo Federal, à qual estiver subordinado o Órgão Central do SINDEC.
RECONSTRUÇÃO:
Conjunto de ações desenvolvidas após as operações de resposta ao desastre e destinadas a recuperar a infra-estrutura e a restabelecer, em sua plenitude, os serviços públicos, a economia da área, o moral social e o bem-estar da população.
A reconstrução confunde-se com prevenção, na medida em que procura:
· reconstruir os ecossistemas;
· reduzir as vulnerabilidades;
· racionalizar o uso do solo e do espaço geográfico;
· realocar populações em áreas de menor risco;
· modernizar as instalações e reforçar as estruturas.
REDE DE ALARME:
Sistema de comunicações estabelecido com a finalidade de difundir por todos os comandos interessados avisos de alarme sobre o movimento ou ação do inimigo ou sobre desastres iminentes.
REFUGIADO:
Expatriado, pessoa que, por razão de um perigo real ou imaginário, deixou o seu país de origem para procurar segurança em outro.
O mesmo que abrigado. Pessoa afetada por um desastre e protegida por organização de defesa civil.
RELATÓRIO DE OPERAÇÃO:
Relatório que compreende a exposição completa de ocorrência ou situação que o motivou, elaborado de acordo com uma determinada seqüência de assuntos.
RELATÓRIO FINAL DE MISSÃO:
Relatório detalhado de uma missão, dividido em duas partes, descritiva e estatística, normalmente encaminhado entre doze e vinte e quatro horas após a aterragem das aeronaves ou qualquer outra viatura.
REQUISIÇÃO:
1. Solicitação legal de pessoal, suprimento ou serviços.
2. Imposição do fornecimento de suprimentos, alojamentos, transporte e serviços necessários a atividades militares, em tempo de guerra, mediante ordem escrita, assinada por autoridade com delegação para tal fim.
3. Requisição em situação de calamidade pública.
4. Método de suprimento que consiste em fornecer os suprimentos a cada unidade consumidora, mediante pedido que essa faz, à medida que deles necessita.
RESCALDO:
1. Cinzas contendo brasas.
2. Ação de deitar água às cinzas, para que o incêndio não se renove.
3. Última fase de uma operação de controle de incêndios, quando se aniquilam os últimos focos e se coloca o ambiente na sua melhor apresentação e segurança.
4. Por extensão, última fase de uma operação de controle de qualquer sinistro, quando a guarnição permanece concluindo detalhes e pronta para evitar novos surtos de intensificação.
RESERVA ESTRATÉGICA:
Quantidade de suprimento especificamente estabelecida e mantida para propósitos estratégicos.
RESERVATÓRIO DE CONTROLE DE CHEIAS:
1. Reservatório que reduz as pontas de cheia de um curso d'água, mediante uma acumulação temporária.
2. Reservatório utilizado para acumulação temporária das águas de cheia liberadas logo que as condições do canal a jusante o permitam.
RESFRIAMENTO
1. Retirada do calor de um material incendiado até que fique abaixo de seu ponto de ignição.
2. Método de extinção de incêndio por redução do calor, até um ponto em que não queima, por não haver emissão de vapores combustíveis.
RESGATE:
Evacuação de um paciente em situação de alto risco e em condições de suporte vital básico até uma instalação de emergência, para tratamento de paciente de alto risco (UTPAR).
RESPOSTA AOS DESASTRES:
Conjunto de ações desenvolvidas imediatamente após a ocorrência de desastre e caracterizadas por atividades de socorro e de assistência às populações vitimadas e de reabilitação do cenário do desastre, objetivando o restabelecimento das condições de normalidade.
RISCO:
1. Medida de dano potencial ou prejuízo econômico expressa em termos de probabilidade estatística de ocorrência e de intensidade ou grandeza das conseqüências previsíveis.
2. Probabilidade de ocorrência de um acidente ou evento adverso, relacionado com a intensidade dos danos ou perdas, resultantes dos mesmos.
3. Probabilidade de danos potenciais dentro de um período especificado de tempo e/ou de ciclos operacionais.
4. Fatores estabelecidos, mediante estudos sistematizados, que envolvem uma probabilidade significativa de ocorrência de um acidente ou desastre.
5. Relação existente entre a probabilidade de que uma ameaça de evento adverso ou acidente determinado se concretize e o grau de vulnerabilidade do sistema receptor aos seus efeitos.
RISCO ACEITÁVEL:
Risco muito pequeno, cujas conseqüências são limitadas, associado a benefícios percebidos ou reais tão significativos, que grupos sociais estão dispostos a aceitá-lo. A aceitabilidade do risco diz respeito a informações científicas, fatores sociais, econômicos e políticos, assim como aos benefícios decorrentes desta condição.
RISCO MÍNIMO:
Risco insignificante. Em termos práticos, nesta condição não há incentivo para modificar sistemas ou atividades que o provoquem.
SALVAMENTO:
1. Assistência imediata prestada a pessoas feridas em circunstâncias de desastre.
2. Conjunto de operações com a finalidade de colocar vidas humanas e animais a salvo e em lugar seguro.
SALVA-VIDAS:
Bóia, equipamento próprio para salvar náufragos. Integrantes de grupamentos de salvamento da orla marítima, especializados na prevenção e no salvamento de náufragos e de pessoas em risco de afogamento.
SANEAMENTO BÁSICO:
Conjunto de atividades técnicas e de procedimentos de saúde pública que tem por objetivo garantir a saúde, o bem-estar e a higiene geral das comunidades, mediante:
· O abastecimento (captação, tratamento, controle de qualidade, armazenamento e distribuição) de água potável, inclusive limpeza e conservação das caixas d'água domiciliares;
· A limpeza urbana (limpeza pública), compreendendo a coleta (sempre que possível, seletiva), evacuação e destinação adequada do lixo e de outros despejos sólidos;
· A drenagem de águas pluviais;
· A coleta, esgotamento, tratamento e destinação adequada das águas servidas, despejos líquidos e do esgoto sanitário;
· O controle de pragas, hospedeiros, vetores, fontes de infecção e de animais peçonhentos, com especial atenção para os ratos domésticos, considerados inimigos nº 1 da humanidade.
Compreende também o conjunto de ações educativas relacionadas com a higiene da habitação, das cozinhas, refeitórios, depósitos de alimentos e de instalações sanitárias.
SCHAEFER:
Método manual de respiração artificial. O paciente é deitado em decúbito ventral, com os braços estendidos e a cabeça voltada para o lado.
O socorrista, com os joelhos dobrados e afastados, acomoda-se por cima do paciente e faz pressões nas suas costas para livrar os pulmões da água. Método muito eficiente para náufragos. Pode anteceder a respiração boca a boca, que é o método mais eficiente.
SECA:
1. Ausência prolongada, deficiência acentuada ou fraca distribuição de precipitação.
2. Período de tempo seco, suficientemente prolongado, para que a falta de precipitação provoque grave desequilíbrio hidrológico.
3. Do ponto de vista meteorológico, a seca é uma estiagem prolongada, caracterizada por provocar uma redução sustentada das reservas hídricas existentes.
4. Numa visão sócioeconômica, a seca depende muito mais das vulnerabilidades dos grupos sociais afetados que das condições climáticas.
SEGURANÇA GLOBAL DA POPULAÇÃO:
Conjunto de medidas objetivando garantir o direito à vida, à saúde, à segurança pública e à incolumidade das pessoas e do patrimônio, em todas as circunstâncias e, em especial, em circunstâncias de desastre.
A segurança global da população é dever do Estado, direito e responsabilidade da cidadania.
SIMULADO (EXERCÍCIO...):
Exercício de desastre que implica a simulação, a mais realista possível, de um desastre provável, durante o qual são testadas as normas, os procedimentos, o grau de adestramento das equipes, o planejamento e outros dados que permitam o aperfeiçoamento do processo.
SINERGIA:
Trabalho conjunto de fatores distintos, que atuam de forma contínua, de modo que os efeitos combinados dos diferentes fatores produzam resultado superior ao da soma de seus efeitos individuais.
SINISTRO:
Grande prejuízo ou dano material. Ocorrência de prejuízo ou dano por incêndio, naufrágio ou outra causa ou a algum bem para o qual se fez seguro.
SISTEMA:
1. Conjunto de subsistemas (substâncias, mecanismos, aparelhagem, equipamentos e pessoal) dispostos de forma a interagir para o desempenho de uma determinada tarefa.
2. Arranjo ordenado de componentes que se inter-relacionam, atuam e interagem com outros sistemas, para cumprir uma tarefa ou função (objetivos), em determinado ambiente.
SISTEMA DE ALARME:
Dispositivo de vigilância permanente e automática de uma área ou planta industrial, que detecta variações de constantes ambientais e informa os sistemas de segurança a respeito.
SISTEMA DE ALERTA:
Conjunto de equipamentos ou recursos tecnológicos para informar a população sobre a ocorrência iminente de eventos adversos.
SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL — SINDEC:
Organizado por decreto, tem por competência planejar e promover a defesa permanente contra desastres, naturais ou provocados pelo homem, e atuar em situações de emergência e em estados de calamidade pública, integrando, no território nacional, ações de órgãos e entidades públicas e privadas, em interação com a comunidade, objetivando prevenir ou minimizar danos, socorrer e assistir populações atingidas e recuperar áreas deterioradas por eventos adversos.
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA:
Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres, causando danos (superáveis) à comunidade afetada.
SOCORRO:
Ato ou efeito de socorrer. Atendimento a pessoa acidentada ou atingida por mal súbito. Ajuda ou assistência vinda do exterior para comunidades que se encontram sob o efeito de um grande desastre. Equipe de bombeiros ou de pessoas capacitadas, designadas para atender a uma ocorrência (sinistro). Pedido de auxílio.
SOS:
Sinal de pedido de socorro. No alfabeto MORSE, é uma seqüência de sinais constituída por três pontos, três traços e três pontos (3 breves, 3 prolongados, 3 breves; . . . - - - . . . ).
SOTERRAMENTO:
1. Ocorrência atendida por equipe de busca e salvamento, em que se procura retirar pessoas sufocadas e bens sob a terra.
2. Ato ou efeito de cobrir ou ser coberto com terra.
SUBSIDÊNCIA:
Processo caracterizado pelo afundamento da superfície de um terreno em relação às áreas circunvizinhas.
A subsidência pode ser devida a fenômenos geológicos, tais como dissolução, erosão, compactação do material de superfície, falhamentos verticais, terremotos e vulcanismo.
Como fenômeno de risco geológico, consideram-se também as chamadas subsidências exógenas, que ocorrem na superfície do terreno e onde o fenômeno está vinculado a uma exploração intensa dos recursos do subsolo.
A subsidência pode aparecer com freqüência em regiões densamente povoadas e de elevado nível de desenvolvimento. Um exemplo típico é o ocorrido em Cajamar. Embora normalmente a subsidência ocorra de forma gradual, pode também ocorrer de forma brusca e repentina.
SUMÁRIO DE INFORMAÇÕES:
Relato disponível sobre a situação, transmitido a intervalos, de acordo com as circunstâncias.
SUPRIMENTO:
1. Itens necessários para o equipamento, manutenção e operação de uma força, incluindo alimentação, vestuário, equipamento, armamento, munição, combustível, forragem, material e máquinas de toda espécie.
2. Atividade logística que compreende a determinação de necessidades, obtenção, armazenamento, distribuição e administração dos suprimentos.
TALUDE:
Terreno inclinado, escarpa ou rampa. Superfície de uma escavação ou aterro. Inclinação de uma superfície expressa em fração ou percentagem. Também obra de contenção.
TALVEGUE:
Linha de maior profundidade do leito de um rio. Resulta da interseção dos planos das vertentes com dois sistemas de declives convergentes, sendo o oposto da crista, que é o ponto mais alto da interseção. O termo talvegue significa caminho dos vales.
TAREFA (GRUPO ... OU FORÇA):
Grupo multidisciplinar de técnicos, sem constituição prefixada, formado na iminência ou após a ocorrência de um desastre, com missões e atribuições especiais, que manterá sua coesão, enquanto durar a ocorrência que motivou sua constituição.
TÁTICA DE COMBATE A SINISTROS:
Arte de dispor e ordenar equipes de controle de sinistros. Conjunto de normas e procedimentos técnicos empregados no desenvolvimento de uma operação, para cumprimento de uma missão definida, dividida em fases, de acordo com uma ordem cronológica racional.
TEMPERATURA DE FULGOR:
Mínima temperatura, na qual um corpo começa a desprender gases que se queimam em contato com uma fonte externa de calor, não havendo, contudo, constância na chama, por não serem os gases suficientes para tal.
TEMPESTADE:
1. Vento de velocidade compreendida entre 23 e 26 m/s (força 10 na Escala de Beaufort).
2. Precipitação forte de chuva, neve ou granizo, acompanhada ou não de vento e associada a um fenômeno meteorológico que se pode manifestar separadamente.
3. Perturbação violenta da atmosfera, acompanhada de vento e, geralmente, de chuva, neve, granizo, raios e trovões.
4. Aguaceiro.
TEMPO CRÍTICO:
Em registro de ocorrência, o período de tempo que tem início no instante do recebimento do aviso e termina com a chegada do trem de socorro ao local da ocorrência.
TEMPO DE ATENDIMENTO:
Período de tempo entre a chegada e a saída do trem de socorro, no local da ocorrência, cumprindo sua missão específica.
TEMPORAL:
1. Fenômeno meteorológico caracterizado por chuvas fortes.
2. Tempestade.
3. Aguaceiro.
TEORIA DA MODIFICAÇÃO DO TEMPO:
A formação do clima é, na realidade, conseqüência da redistribuição da energia solar sob o efeito da circulação atmosférica, secundada pela topografia; da mesma forma que a quantidade de calor solar, recebida por um ponto da Terra, é sempre neutralizada pela radiação terrestre. Assim sendo, verifica-se que a lei que governa a formação do clima é a própria lei da conservação da energia.
O homem não poderá criar ou destruir essa energia, mas poderá modificá-la, passando-a de uma forma para outra, influindo sobre o equilíbrio térmico da superfície. Este é o princípio da teoria da modificação do tempo, pela qual se pretende alterar climas e tornar a atmosfera mais ideal à vida, sobre áreas limitadas ou sobre vastas regiões.
TERREMOTO:
Movimento súbito do terreno, ocasionado pela passagem de ondas sísmicas. Os terremotos mais freqüentes são originados por processos naturais, como a ruptura de um bloco de rochas, através de uma falha geológica.
Explosões artificiais, erupções vulcânicas, deslocamento de terrenos e escorregamento de taludes podem provocar sismos menores. Os terremotos podem ser causados por explosões, impacto de meteoritos, grandes escorregamentos ou erupções vulcânicas.
Os terremotos naturais, de efeito mais destrutivo, estão associados a processos tectônicos, quando ocorrem pela liberação repentina de tensões acumuladas no interior da crosta terrestre. (V. abalo sísmico).
TETRAEDRO DE FOGO:
Na concepção mais atualizada, elementos essenciais à existência do fogo. Compreendem o combustível, o comburente, calor e a existência de condições para uma reação exotérmica (produtora de calor e energia) em cadeia.
TORNADO:
Redemoinho de vento formado na baixa atmosfera, que desce das nuvens até o solo em forma de tuba, com grande velocidade de rotação e forte sucção, destruindo tudo o que encontrar em sua trajetória.
TORRENTE
1. Rio sujeito a cheias repentinas.
2. Curso de água de declividade supercrítica, escoando geralmente com grande velocidade e turbulência.
TRANSMISSIBILIDADE:
Parâmetro hidráulico que indica a capacidade que tem o aqüífero de transmitir água em toda a sua espessura saturada. Física. Vazão por unidade de largura em função de um gradiente hidráulico unitário; unidade: m2/dia.
TREM DE SOCORRO:
Conjunto formado por uma ou mais viaturas especializadas, equipadas e tripuladas, com o objetivo de executar atividades de combate e de controle de sinistros ou de busca e salvamento.
TRIAGEM SÓCIOECONÔMICA:
Método de estudo e classificação de pessoas desalojadas por desastres, buscando definir prioridade e melhor forma de apoiá-las.
TROMBA D'ÁGUA
1. Massa de nuvens rodopiantes sobre um lago ou oceano.
2. Coluna giratória que consiste em ar e névoa aquosa. Na base dessa coluna, a água do lago ou do mar pode ser sugada para cima.
TSUNAMI:
Onda marinha gigante causada por um movimento súbito de grande escala, no fundo do mar, devido geralmente a terremotos ou erupções vulcânicas submarinas.
Caracteriza-se por apresentar grande velocidade de propagação (até 950 km/h), comprimento longo de ondas (até 200 km/h) e baixas amplitudes de ondas no mar aberto, podendo, porém, alcançar mais de 30 metros de altura ao atingir enseadas costeiras afuniladas.
É um dos fenômenos geológicos de efeito mais devastador.
Termo japonês adotado universalmente para designar as perigosas ondas sísmicas marinhas ou maremotos ocorrentes, principalmente na região do Pacífico. (V. maremoto).
TUFÃO:
Ciclones tropicais que se originam no Oceano Pacífico. Os tufões deslocam-se vagarosamente, mas os ventos fortes e tempestuosos dentro da área causam graves destruições.
UMIDADE RELATIVA:
Relação (expressa em porcentagem) entre a quantidade de vapor d'água existente no ar e a máxima quantidade que o ar pode conter, sob as mesmas condições de temperatura e pressão. Valores abaixo de 40% favorecem a ocorrência de incêndios.
URGÊNCIA:
Atendimento rápido a uma ocorrência. Situação que exige providências inadiáveis. Diz-se da situação de um paciente que exige cuidados imediatos, podendo não estar em situação de risco iminente de morte.
VARREDURA:
Método de busca, inclusive subaquática, realizado por vários homens que se deslocam lado a lado, cada um responsável pela inspeção minuciosa do setor de sua responsabilidade.
VÁRZEA:
Terrenos baixos e mais ou menos planos que se encontram junto às margens de rios. Constituem o leito maior dos rios. As regiões denominadas de várzea estão sujeitas a inundação.
VELOCIDADE DE CRUZEIRO:
Velocidade em que o navio ou aeronave tem o maior raio de ação.
VELOCIDADE DE FLUXO:
Aquela com que se deslocam as frentes dentro do aqüífero. (Exemplo: frente de poluição).
VENDAVAL:
Deslocamento violento de uma massa de ar. Forma-se, normalmente, pelo deslocamento de ar de área de alta para baixa pressão.
Ocorre, eventualmente, quando da passagem de frentes frias, e sua força será tanto maior quanto maior a diferença de pressão das "frentes".
Também chamado de vento muito duro, corresponde ao número 10 da Escala de Beaufort, compreendendo ventos cuja velocidade varia entre 88,0 a 102,0 km/h.
Os vendavais normalmente são acompanhados de precipitações hídricas intensas e concentradas, que caracterizam as tempestades.
Além das chuvas intensas, os vendavais podem ser acompanhados de queda de granizo ou de neve, assim chamados de nevascas.
VENTILAÇÃO:
1. Conjunto de operações que têm por finalidade prover de ar fresco e respirável um ambiente confinado.
2. Retirada da fumaça ou de gases tóxicos de um ambiente, substituindo-se por ar fresco e respirável, baixando também sua temperatura.
3. Proporcionar ar a uma vítima em anoxia, mediante processo de ressuscitação.
VENTO:
Massa de ar em movimento, que se desloca de uma zona de alta pressão (ar frio) para outra de baixa pressão (ar quente).
Os mais característicos são:
· Brisa marítima — vento de regiões costeiras que sopra durante o dia de uma vasta superfície de água (mar ou lago) em direção à terra, como resultado do aquecimento diurno da superfície terrestre;
· Brisa terrestre — vento das regiões costeiras, que sopra à noite da terra em direção a uma vasta superfície de água, como resultado do resfriamento noturno da superfície terrestre;
· Brisa de vale — vento que sopra dos vales num sentido ascendente pelas encostas das montanhas durante o dia, em conseqüência da expansão do ar dos vales, devido ao aquecimento quase sempre produzido pelo Sol;
· Brisa de montanha — vento catabático que sopra para os vales e nas encostas das montanhas, à noite ou no inverno. As encostas das montanhas e o ar em contato com elas estão geralmente mais quentes que o ar livre à mesma altura (porém afastado das encostas), durante o dia, e mais frio durante a noite;
· Vento anabático — vento que sopra ladeira acima, provocado pela mais baixa densidade do ar, ao longo da encosta, do que a do ar livre, localizado a alguma distância horizontalmente dela;
· Vento catabático — inverso do anabático; vento encosta abaixo, provocado pela descida do ar, a alguma distância horizontalmente dela. O vento está associado com o resfriamento de superfície da encosta;
· Efeito fohen — ventos que sopram perpendicularmente a uma montanha ou cordilheira, são forçados a subir mecanicamente ao longo da encosta da montanha ou cordilheira, condensando o seu vapor d'água e formando nebulosidade orográfica do lado da montanha que eles sopram (barlavento); descem do outro lado da montanha (sotavento) e vão se aquecendo adiabaticamente secos, constituindo-se ventos quentes e secos.
Os ventos fohen recebem denominações diversas, conforme as regiões, como é o caso do vento "santa ana", que predomina nas montanhas da Califórnia do Sul; o "chinnook", das montanhas rochosas, e o próprio fohen, nos Alpes Suíços;
· Monção — vento da circulação geral da atmosfera caracterizado pela persistência estacional de uma dada direção para outra.
O termo é geralmente limitado àqueles casos em que a principal causa é o aquecimento diferencial (mudança de natureza do verão para o inverno) de um continente, em relação a um oceano vizinho.
O exemplo mais conhecido de monção são as chamadas "monções da Índia".
VERTENTE:
Declive de uma montanha, por onde derivam as águas pluviais. Nas planícies, as vertentes são mal esboçadas, e o rio divaga amplamente. Nas zonas montanhosas, as vertentes podem ser abruptas e formar gargantas.
VETOR:
Animal capaz de transmitir um agente causador de doença (patógeno) de um hospedeiro para outro.
VIGILÂNCIA:
Precaução, cuidado, prevenção. Atividade técnica de controle e medição de parâmetros definidos como indicadores de um risco específico ou de um desastre.
VIGILÂNCIA DOS FATORES DE RISCO:
Conjunto de ações relacionadas com: identificação das características, condicionantes de aspectos situacionais que dizem respeito aos fatores de risco; medição e observação sistemática das variações e das tendências dos fatores de risco identificados.
VISTORIA:
Diligência efetuada por equipe técnica, com a finalidade de verificar as condições de segurança contra sinistros de uma edificação.
VÍTIMA:
Pessoa que sofreu qualquer espécie de dano físico, psíquico, econômico ou social, em conseqüência de violência ou desastre.
VOÇOROCA:
Escavação, rasgão, fenda profunda no solo ou rocha decomposta, oriunda de diversos e complexos mecanismos, tais como enxurradas e desmoronamentos provocados por erosão subterrânea e causados por águas pluviais que se infiltram em terrenos permeáveis e pouco consistentes, ao atingirem superfícies de menor permeabilidade.
As voçorocas são de difícil contenção e geralmente causam graves danos econômicos. Constituem-se no estágio mais avançado da erosão linear e ocorrem quando o aprofundamento das ravinas atinge e ultrapassa o nível do lençol freático.
A interseção do fundo da ravina com o nível do lençol freático incrementa o processo erosivo, inclusive da erosão interna, que remonta através do interior do terreno, carreando material em profundidade e intensificando a formação de veios ou tubos (pipes) vazios, no interior do solo. Esses vazios, ao atingirem proporções significativas, provocam colapsos e desabamentos que intensificam o fenômeno.
As voçorocas são freqüentes em países de clima tropical úmido caracterizado pela existência de uma estação chuvosa, na primavera-verão, e outra de estio, no outono-inverno.
VOLUNTÁRIO:
Pessoa que, sem vínculo institucional, colabora espontaneamente, executando tarefas específicas em situações de emergência. Deve ser selecionada em função de sua capacidade física e mental e de conhecimentos específicos. Em seguida, deve ser treinada, adestrada e habilitada por autoridade competente.
VULNERABILIDADE :
1. Condição intrínseca ao corpo ou sistema receptor que, em interação com a magnitude do evento ou acidente, caracteriza os efeitos adversos, medidos em termos de intensidade dos danos prováveis.
2. Relação existente entre a magnitude da ameaça, caso ela se concretize, e a intensidade do dano conseqüente.
3. Probabilidade de uma determinada comunidade ou área geográfica ser afetada por uma ameaça ou risco potencial de desastre, estabelecida a partir de estudos técnicos.
4. Corresponde ao nível de insegurança intrínseca de um cenário de desastre a um evento adverso determinado. Vulnerabilidade é o inverso da segurança.
Fonte:
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL - BRASÍLIA - 1998.
GLOSSÁRIO DE DEFESA CIVIL, ESTUDOS DE RISCOS E MEDICINA DE DESASTRES.
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